Os iranianos erguem uma bandeira e a maquete de um míssil durante uma celebração após o ataque de mísseis e drones do Irã contra Israel, em 15 de abril de 2024, na praça Palestina, no centro de Teerã
AFP
Os iranianos erguem uma bandeira e a maquete de um míssil durante uma celebração após o ataque de mísseis e drones do Irã contra Israel, em 15 de abril de 2024, na praça Palestina, no centro de Teerã

A imprensa dos Estados Unidos relatou nesta quinta-feira (18) que Israel lançou um ataque contra o Irã, citando um oficial americano. Autoridades israelenses confirmaram o ataque anonimamente, de acordo com o jornal "The New York Times". Explosões foram ouvidas perto de uma base militar. Nem Israel, nem o Irã se pronunciaram oficialmente.

No último sábado (13), o  Irã lançou mais de 300 mísseis e drones em um ataque sem precedentes contra Israel. Desde então, o governo israelense considerava uma resposta militar.

A agência estatal de notícias da Síria também relatou que o país foi alvo de um ataque de mísseis contra suas bases de defesa aérea. A agência atribuiu o bombardeio a Israel.

Por volta das 21h30 (horário de Brasília), a imprensa do Irã informou que três drones foram abatidos enquanto sobrevoavam a área de Isfahan. Essa região, localizada a 450 km de Teerã, abriga instalações nucleares. O espaço aéreo foi fechado, e voos foram cancelados.

O Irã afirmou posteriormente que nenhuma base atômica foi atingida. O país já avia alertado que poderia considerar uma resposta nuclear a Israel, caso o país atingisse alguma ogiva. Ebrahim Raisi, presidente do Irã, reforçou essa mensagem numa conversa com o emir do Catar, garantindo uma resposta severa a qualquer ação contra os interesses iranianos.

Uma autoridade iraniana confirmou que não houve ataque com mísseis e disse que o sistema de defesa aérea foi ativado . As explosões ouvidas na região, segundo a autoridade, foram causadas pela ação do sistema de defesa. Um militar iraniano afirmou que  não houve danos e que as instalações nucleares permanecem intactas.

Outro militar sênior, ouvido pela agência Reuters, declarou que o Irã não tem planos imediatos para retaliar Israel, uma vez que as circunstâncias do ataque não estão claras.

"A origem estrangeira do incidente não foi confirmada. Não recebemos nenhum ataque externo, e a discussão parece mais uma infiltração do que um ataque", disse a autoridade iraniana sob condição de anonimato.

À agência Reuters, funcionários do alto escalão dos EUA afirmaram que o país não está envolvido no bombardeio desta quinta, no entanto, Israel avisou que realizaria o ataque.

Contexto

A escalada na crise entre Irã e Israel começou no dia 1º de abril, quando um  ataque israelense matou um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas, na Síria. O bombardeio atingiu o consulado do Irã em Damasco e foi conduzido por aviões militares.

Após o ataque, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, ameaçou retaliar, alertando que Israel pagaria por suas ações. Nos dias subsequentes, especulações sobre uma possível reação iraniana surgiram, deixando os Estados Unidos em alerta.

A resposta veio em 13 de abril, quando o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel, num ataque sem precedentes. Segundo a agência de notícias Associated Press, foi a primeira vez que o Irã atacou Israel diretamente, apesar de décadas de hostilidades desde a Revolução Islâmica de 1979.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram ter interceptado 99% dos mísseis e drones lançados, contando com o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido e Jordânia.

Enquanto isso, Israel debatia sua resposta ao Irã. O Canal 12 israelense relatou que o país planejava uma retaliação que prejudicasse o Irã sem desencadear uma guerra regional. Por sua vez, o Irã ameaçou uma ofensiva ainda maior caso fosse atacado. 

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