O Exército de Israel tomou nesta segunda-feira (18) o controle do Hospital al-Shifa, o principal da Cidade de Gaza, e ordenou que os combatentes do Hamas escondidos no interior da estrutura sanitária se rendam.
De acordo com um porta-voz militar, os soldados israelenses capturaram "80 pessoas suspeitas", sendo que algumas delas foram "confirmadas como terroristas". "Vários homens armados do Hamas foram mortos ou feridos nos combates no terreno do hospital", acrescentou.
Uma das vítimas seria Faiq Mabhuoch, chefe de operações de segurança interna do grupo fundamentalista islâmico.
Israel diz que o Hamas utilizava o hospital para "organizar ataques", enquanto o Ministério da Saúde de Gaza afirma que o local abriga cerca de 30 mil pessoas, entre pacientes, médicos e civis deslocados. "Qualquer um que tente se mover vira alvo dos projéteis", acrescentou a pasta.
Além disso, o ministério também lançou um apelo para organizações internacionais "pararem imediatamente esse massacre contra doentes, feridos, deslocados e médicos em al-Shifa".
Enquanto isso, o Exército israelense divulgou um "corredor humanitário" para permitir que civis deixem a zona do hospital em direção à área costeira de Cidade de Gaza.
Ofensiva em Rafah e acordo de paz
A ofensiva em Gaza e a destruição no norte do enclave forçaram centenas de palestinos a procurar abrigo em al-Shifa, onde tem vivido em barracas improvisadas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chamou a ação de Israel na Faixa de Gaza de "imoral e ilegal".
"Permitam-me que o diga em alto e bom som. É ilegal e imoral privar as pessoas de alimentos e água. É ilegal e imoral atacar comboios humanitários e pessoas que procuram ajuda. É ilegal e imoral impedir que os doentes e feridos tenham acesso a material médico essencial. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais religiosos e sagrados, cemitérios e abrigos", afirmou durante cerimônia em Ramala, na Cisjordânia.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesse domingo (17) que a pressão internacional não impediria Israel de realizar seus objetivos, afirmando que recusará um acordo de paz que torne Israel "fraco" perante os seus vizinhos Oriente Médio.
"No front diplomático, até agora conseguimos permitir que nossas forças lutem de uma maneira sem precedentes por cinco meses completos", afirmou o primeiro-ministro.
"No entanto, não é segredo que a pressão internacional está aumentando. Aqueles que dizem que a ação em Rafah não ocorrerá são os mesmos que disseram que não entraríamos em Gaza, e que não retomaríamos a luta após a pausa [nas hostilidades em novembro]".
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