O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chamou a ação de Israel na Faixa de Gaza de 'imoral e ilegal'.
“Permitam-me que o diga em alto e bom som. É ilegal e imoral privar as pessoas de alimentos e água. É ilegal e imoral atacar comboios humanitários e pessoas que procuram ajuda. É ilegal e imoral impedir que os doentes e feridos tenham acesso a material médico essencial. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais religiosos e sagrados, cemitérios e abrigos”, disse durante cerimônia em Ramala, na Cisjordânia.
O chanceler marcou presença na solenidade de outorga ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do título de Membro Honorário do Conselho dos Curadores da Fundação Yasser Arafat.
No discurso, o ministro citou ainda as recentes crtícias de Lula às operações do governo israelense na região, em que o presidente fez uma alusão ao Holocausto, chamou os atos de Israel como “genocídio” e, com isso, conquistou o título de 'persona non grata' em Israel. Vieira considerou como uma “resposta desproporcional” de Israel aos ataques do Hamas em 7 de outubro do ano passado.
“É por isso que o presidente Lula fez um apelo, durante a 37ª cúpula da União Africana, em Adis Abeba, para que resgatemos nossas melhores tradições humanistas. Sob essa luz, ele condenou os ataques contra civis e militares israelenses em 7 de outubro e exigiu a libertação imediata de todos os reféns. Ao mesmo tempo, ele rejeitou a resposta desproporcional de Israel, que já matou e deslocou milhares de pessoas na Palestina”, disse.
O ministro ainda questionou o fato de a Palestina não integrar a Organização das Nações Unidas como membro pleno.
“A decisão sobre a existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. 139 dos 193 membros já reconhecem a Palestina como um Estado. Por isso, não há qualquer razão para que a Palestina não seja membro de pleno direito das Nações Unidas", concluiu.
Mais cedo, o ministro esteve com o chanceler da Autoridade Palestina, Riad Malki. Na ocasião, o diplomata palestino defendeu as declarações de Lula sobre os ataques de Israel à Gaza.
Segundo o Itamaraty, Malik disse que o mandatário brasileiro falou de forma “forte e clara”, ao descrever “a situação como ela é”.
No mês passado, o mandatário brasileiro criticou o conflito em Gaza, classificando. O presidente ainda comparou a situação à matança de judeus promovida por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Na reunião deste domingo, Malki também afirmou estar preocupado com um possível ataque em Rafah, cidade ao sul de Gaza que abriga atualmente cerca de 1,4 milhão de refugiados palestinos.
O chanceler brasileiro ressaltou a “disposição brasileira em liderara esforço pela admissão da Palestina como membro pleno da ONU”, conforme informou o Itamaraty.
Ainda neste domingo, o embaixador brasileiro visitou o Escritório de Representação do Brasil em Ramala.
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