O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, cancelou sua visita a Israel dizendo que o país se aproveitou das boas intenções da Turquia. Em discurso a membros de seu partido no parlamento, o mandatário disse que a fronteira de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, precisa ficar aberta para a entrada de suprimentos.
Na ocasião, Erdogan ainda afirmou que o grupo extremista islâmico Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de libertação, que "defende suas terras". "O Hamas não é uma organização terrorista, é um grupo combatente que defende as suas terras", disse Erdogan, que foi aplaudido de pé.
O presidente turco também fez um apelo para que outros líderes mundiais pressionem Israel para cessar os ataques em Gaza, que ocorrem em resposta aos bombardeios do Hamas no último dia 7, o que levou a uma guerra na região.
Ele disse ter cancelado os planos de visitar Israel devido à guerra "desumana".
"Tínhamos um projeto para ir a Israel, mas foi cancelado, não iremos", afirmou Erdogan.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, acusou Israel de "crime contra a humanidade" durante o contra-ataque em Gaza.
"Atacar os nossos irmãos palestinos, incluindo crianças, pacientes e idosos, mesmo em escolas, hospitais e mesquitas, é um crime contra a humanidade", disse Fidan.
Nesta quarta-feira (25), subiu para 6.546 o número de mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave palestino, que é controlado pelo Hamas. Entre as vítimas, estão pelo menos 2.704 menores de idade. Outras 17.439 pessoas ficaram feridas.
Já Israel reporta 1,4 mil vítimas nos ataques deflagrados pelo Hamas desde o dia 7 de outubro. Com isso, o número de mortos nos dois lados do conflito já se aproxima dos 8 mil.