Bombardeio em Israel
Reprodução / CNN Brasil - 09.10.2023
Bombardeio em Israel

Neste sábado (7), o  grupo Hamas realizou a maior ofensiva dos últimos anos contra Israel, que declarou guerra como resposta. Ao reivindicar o ataque, o Hamas afirmou que esse é o início de uma grande operação para retomar território e que se trata de uma resposta à "agressão sionista".

Os conflitos na região de Israel e Palestina já se estendem há decadas. A seguir, entenda a situação local, que envolve guerra, política e religião.

O que é o Hamas?

Hamas é a sigla para "Movimento de Resistência Islâmica", nome do grupo militante islâmico palestino que governa atualmente a Faixa de Gaza. O movimento tem um braço filantrópico, que presta serviços sociais ao povo palestino, um braço político e um braço armado, o mais conhecido dos três.

O Hamas não reconhece Israel como país, e passou a governar a Faixa de Gaza em 2007, após diminuição do poder da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Hamas e Israel já se enfrentaram diversas vezes.

O grupo é classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

O que está acontecendo?

O ataque de sábado realizado pelo Hamas, que deu início a uma guerra, vem após diversas ofensivas israelenses recentes, escalando o conflito entre Israel e o grupo. Relembre:

  • Janeiro: israelenses invadem campo de refugiados e matam ao menos 10 palestinos. Palestinos respondem e disparam dois foguetes da Faixa de Gaza contra Israel. Israel realiza ataques aéreos em Gaza.
  • Maio: com alvo em líderes muçulmanos, israelenses lançam novo ataque aéreo em Gaza, matando três militares e 10 civis. Um conflito armado se estende por dias, matando várias pessoas. Um novo cessar-fogo é estabelecido entre Israel e o grupo palestino Jihad Islâmico.
  • Junho: Israel realiza ofensiva aérea contra a terceira maior cidade da Cisjordânia, matando ao menos cinco palestinos. Como resposta, o Hamas abre fogo em assentamento israelense, matando ao menos quatro. Ainda em junho, vilas palestinas são alvos de centenas de israelenses, depredando carros e atirando em civis.

Neste final de semana, a disputa recente escalou em proporção com o ataque do Hamas e a declaração de guerra pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Até o momento de publicação desta matéria,  já foram registrados mais de 1,2 mil mortos.

Conflito de décadas

Os acontecimentos recentes são reflexo de um conflito entre Israel e Palestina que já dura décadas. A região sempre foi ocupada por judeus e por palestinos, povo etnicamente árabe, de maioria muçulmana, o que gera conflitos sobre território. Confira a cronologia:

  • 1947: a Organização das Nações Unidas (ONU) propõe a criação de dois estados na região, um judeu e um árabe. O estado judeu seria Israel, e o árabe seria a Palestina, composta pela Cisjordânia e pela Faixa de Gaza. A proposta foi aceita pelos judeus, mas rejeitadas pelos palestinos, que alegam terem ficado com as terras com menos recursos.
  • 1948: o estado de Israel é proclamado pelos líderes judeus, dando início à Guerra Árabe-Israelense. Na ocasião, a Faixa de Gaza foi ocupada pelo Egito e novos limites foram demarcados.
  • 1967: acontece a Guerra dos Seis Dias, que mudou completamente a região. Israel tomou à força a Cisjordânia e Jerusalém oriental, antes sob comando da Jordânia, além da Faixa de Gaza, comandada pelos egípcios. Cerca de 500 mil palestinos tiveram que fugir.
  • 1987: acontece a 1ª Intifada, uma revolta espontânea do povo palestino contra as ocupações de Israel.
  • 1993: é criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que assume a administração de territórios palestinos. Israel, porém, segue ocupando as regiões. Ao longo dos anos, a ANP perdeu sua legitimidade entre os palestinos por questões como paralisação do processo de paz para o local e acusações de corrupção.
  • 2000: acontece a 2ª Intifada.
  • 2005: Israel desocupa a Faixa de Gaza.
  • 2006: o braço político do Hamas vence o Fatah nas eleições na Faixa de Gaza.
  • 2007: Hamas assume o controle da Faixa de Gaza.
  • 2012: ONU reconhece a Palestina (Faixa de Gaza + Cisjordânia) como um Estado observador não-membro, o que abre caminho para o reconhecimento da Palestina como Estado de direito, o que ainda não aconteceu.

Atualmente, Israel segue incentivando assentamentos em territórios que deveriam ser da Palestina, como a Cisjordânia e Jerusalém oriental. Os conflitos são constantes na região, e o último longo embate foi em 2021, durando 11 dias.

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