ONU pede libertação de reféns e passagem para a ajuda humanitária

Secretário-geral das Organização das Nações Unidas afirmou que auxílios estão à espera no Egito, Jordânia e Israel

O Secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um comunicado em que faz pedidos para os dois lados do conflito
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O Secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um comunicado em que faz pedidos para os dois lados do conflito

O Secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um comunicado em que faz pedidos para os dois lados do conflito, Israel e Hamas, em um apelo para poupar vidas humanas.

"Nesse dramático momento em que estamos na beira do abismo no Oriente-Médio, é o meu papel como Secretário Geral das Nações Unidas fazer dois fortes apelos humanitários. Ao Hamas, os reféns devem ser libertados imediatamente sem condições . À Israel, deve ser garantido acesso rápido e desimpedido para ajuda humanitária e trabalhadores, pelo bem dos civis em Gaza", apelou.

Guterres relembrou as dificuldades vividas pela população local e que há ajuda muito perto, mas sem a possibilidade dela chegar aos civis.

"Gaza está ficando sem água, eletricidade e outros suprimentos essenciais. As Nações Unidas têm à disposição estoques de comida, água, itens não alimentícios, suprimentos médicos e combustíveis, tudo localizado no Egito, Jordânia, fronteira Oeste e Israel. Esses artigos podem ser despachados em horas. Para assegurar a entrega, nosso staff altruístico, junto com as ONGs parceiras, precisam ser capazes de levar esses suprimentos para e por Gaza com segurança, sem nenhum impedimento de levá-los a quem tem necessidade".

"Qualquer um desses dois objetivos são válidos por si só. Eles não deveriam ser usados como moeda de barganha e precisam ser implementados, pois é a coisa certa a se fazer", completou Guterres.

O Papa Francisco fez um apelo neste domingo para a criação 'urgente' de corredores humanitários em Gaza

A falta de segurança tem sido um grave impedimento para o trabalho das equipes de auxílio.  A UNRWA (Agência das Nações Unidas para ajuda de refugiados palestinos na zona leste) afirmou que 14 dos seus funcionários já foram mortos nos ataques à Faixa de Gaza , segundo um comunicado divulgado neste domingo (15). Eles seriam professores, engenheiros, psicólogos e um ginecologista. A dificuldade de recebimento de recursos está inviabilizando a ajuda humanitária, afirma Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência. 

O Unicef também divulgou que mais de 700 crianças palestinas morreram em Gaza .  "De acordo com os últimos relatórios das autoridades de saúde locais e da mídia, pelo menos 2.215 palestinos foram mortos, incluindo mais de 700 crianças, e mais de 8.714 pessoas ficaram feridas, incluindo mais de 2.450 crianças”, disse Sara Al Hattab, do Unicef. Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a Palestina, há 50 mil mulheres grávidas no território .

Hoje, Israel anunciou que restabeleceu o fornecimento de água à região de Gaza . A energia também foi cortada na última quarta-feira (11) , da mesma maneira que o acesso de distribuição de comida e combustível.

Os palestinos que tentam fugir estão presos na fronteira sul, não há garantia alguma que o Egito vai permitir a passagem deles . Representantes do governo dos Estados Unidos afirmam que o Hamas também impede o escoamento dos comboios . Tanto Israel quanto o Hamas trocam acusações sobre ataques contra os refugiados .

O número de mortos na guerra entre Israel e o grupo palestino armado Hamas já passa dos 3.700 neste domingo (15). Ao todo, são 1.400 israelenses mortos, segundo autoridades de Israel, e 2.329 palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino. Os feridos somam pelo menos 13 mil pessoas desde o início do conflito, sendo 3.400 israelenses e cerca de 9.714 em Gaza.