O governo de Israel decidiu reabrir as tubulações de água e retomar o fornecimento no sul de Gaza, após um bloqueio que durou quase uma semana. A informação foi divulgada pelo conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, à imprensa internacional.
Desde a última segunda-feira (9), o abastecimento de água potável na Faixa de Gaza por Israel foi cortado , causando escassez a mais de 650 mil pessoas. Mais tarde, na quarta-feira (11), quando a eletricidade foi interrompida na região , três estações de dessalinização de água, que antes produziam 21 milhões de litros de água potável por dia, tiveram que interromper suas operações.
O prazo de evacuação imposto por Israel está criando um êxodo de pessoas. Em meio ao caos, o governo israelense foi acusado de atacar comboios de civis . No entanto, o país negou que seja responsável, culpabilizando o Hamas por bloquear as vias de saída da Faixa de Gaza .
A agência da ONU afirmou neste domingo (15) que a situação na Faixa de Gaza é "insuportável". A região está sendo bombardeada por Israel enquanto falta água , ajuda humanitária, combustível e eletricidade, além do sistema de saúde local estar colapsado.
O representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a Palestina, Dominic Allen, afirmou neste domingo (15) que há 50 mil mulheres grávidas que vivem na Faixa de Gaza e o sistema de saúde da região está em colapso . Ainda de acordo com ele, a situação já era grave antes do conflito.
O cerco total imposto por Israel teve início após o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, invadir o território israelense e lançar foguetes no dia 7 de outubro , na maior ofensiva dos últimos anos. Na ocasião, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra contra o grupo.
Com o esgotamento da água potável, a agência da ONU afirma que os palestinos em Gaza estão sendo obrigados a utilizarem água suja vinda de poços, o que aumenta o risco de transmissão de doenças. Desde quando começou o cerco imposto por Israel, nenhuma ajuda humanitária é autorizada a entrar em Gaza, afirma a UNRWA.
O ministro de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirmou as ajudas humanitárias da ONU teriam parado na mão do Hamas e de outros grupos, os fortalecendo ao longo dos anos. O ataque aos organismos internacionais foram uma resposta à condenação pública da ordem de evacuação da Palestina.