Uma entrevista na rede britânica BBC abordou a questão do bombardeio de civis e a ideia se essa é uma resposta proporcional aos ataques iniciados pelo Hamas no último sábado (07) contra Israel . O especialista e autor de livros sobre política, Douglas Murray, defendeu a impossibilidade de aplicar esse conceito de proporcionalidade em um conflito real. O vídeo foi republicado pelo Ministério de Relações Exteriores de Israel .
Ao responder ao questionamento sobre o desastre humanitário e do ataque aos prédios civis, a apresentadora pergunta: "Isso é uma resposta proporcional e razoável?" Murray rebate e afirma que: "Apenas a Grã Bretanha está obcecada por isso. Proporcionalidade em conflitos raramente existe", afirmou. "Se nós decidimos que temos esse fetiche, isso significa que, em retaliação ao que o Hamas fez em Israel no sábado, Israel deveria tentar encontrar um musical em Gaza, e boa sorte com isso, e estuprar precisamente o número de mulheres que o Hamas estuprou no sábado", completando que o mesmo conceito de proporcionalidade teria que ser aplicado a qualquer horror que o Hamas cometeu, incluindo o massacre de bebês, assassinatos de inocentes, entre outros. E completou que o Estado israelense nunca faria isso.
Mas também afirma que os tipos de ataques precisos que as Forças de Defesa de Israel faziam anteriormente podem estar ameaçados. "Israel usa mísseis teleguiados precisos para tentar eliminar as baixas civis, mas eu não tenho dúvida que, depois das atrocidades da semana passada , o apetite do público, militares e políticos para continuar esse jogo de precisão, claro, mudou", afirma o especialista.
Anteriormente, como uma demonstração da imediatez de resposta e precisão, as Forças de Defesa de Israel publicaram também o vídeo de um ataque de Israel contra lançadores de foguete do Hamas - o post foi feito no X, antigo twitter, no último dia 13. Posicionadas no topo de edifícios, as armas haviam acabado de disparar contra o território israelense. De acordo com o dito por Murray, esse tipo de ação mais cirúrgica pode ser mudada.
As populações civis de Gaza e Cisjordânia estão vivendo em uma crise humanitária de proporções gigantescas, além de terem dificuldades de fugirem dos locais de combate. Israel e Hamas trocam acusações sobre os ataques aos comboios de refugiados , ações ocorridas em vias que seriam passagens seguras. O governo dos EUA também afirmou que o grupo terrorista está impedindo a passagem de refugiados para o Egito .
Hoje, o governo israelense restabeleceu o fornecimento de água para a região da Faixa de Gaza , que havia sido cortada na última segunda-feira (09) , desabastecendo mais de 650 mil pessoas. Mais tarde, na quarta-feira (11), quando a eletricidade foi interrompida na região , três estações de dessalinização de água, que antes produziam 21 milhões de litros de água potável por dia, tiveram que interromper suas operações.
A União Europeia condenou os ataques do Hamas, pedindo a proteção para civis . Uma agência da ONU afirmou neste domingo (15) que a situação na Faixa de Gaza é "insuportável" . Por sua vez, o representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a Palestina, Dominic Allen, falou neste domingo (15) que há 50 mil mulheres grávidas que vivem na Faixa de Gaza e que o sistema de saúde da região está em colapso. Ainda de acordo com ele, a situação já era grave antes do conflito.
O ministro de Israel na ONU, Gilad Erdan, ressaltou que as ajudas humanitárias da Organização das Nações Unidas teriam parado na mão do Hamas e de outros grupos, os fortalecendo ao longo dos anos . As críticas os organismos internacionais foram uma resposta à condenação pública da ordem israelense de evacuação da Faixa de Gaza .