O documento conclusivo da cúpula entre União Europeia e Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) expressa "profunda preocupação" pela "guerra contra a Ucrânia", porém não é assinado pela Nicarágua, que se opôs a qualquer sinalização de apoio a Kiev.
O texto chega após intensas negociações durante a cúpula, que terminou nesta terça-feira (18), em Bruxelas, na Bélgica, com promessas de parceria renovada entre os dois blocos.
A UE sempre pressionou por uma condenação explícita à Rússia, mas esbarrou na neutralidade de alguns países latino-americanos.
Ainda assim, a União Europeia e a Celac - com exceção da Nicarágua - concordaram com uma formulação que expressa "profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia", e não "na Ucrânia", e apoia "todos os esforços diplomáticos" para uma "paz sustentável e em linha com a Carta das Nações Unidas".
"Concordamos com uma declaração ambiciosa e que cobre uma vasta gama de áreas para o desenvolvimento futuro. Essa declaração é apoiada por todos os países, com exceção de um, que não conseguiu chegar a um acordo sobre um único parágrafo", disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em coletiva de imprensa após a cúpula.
"Trabalhamos seriamente e intensamente em todos os diversos pontos da nossa agenda, que inclui mudanças climáticas, biodiversidade, transição verde e transição digital", acrescentou o belga.
Segundo Michel, UE e Celac se comprometeram a "agir em conjunto para defender os valores do multilateralismo".
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"Queremos um mundo plural e baseado nos princípios da Carta das Nações Unidas", ressaltou o presidente, destacando que os dois blocos decidiram criar um "mecanismo de coordenação permanente" e realizar uma "cúpula do mais alto nível a cada dois anos".
O presidente pro tempore de Celac, Ralph Gonsalves, premiê de São Vicente e Granadinas, reconheceu que "nem todos obtiveram a linguagem que queriam". "Foi difícil alcançar a declaração, mas chegamos a esse ponto específico", disse.