Nesta sexta-feira (9), o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson renunciou ao cargo de deputado, segundo o jornal The Guardian . A decisão foi tomada após o Comitê de Privilégios da Câmara dos Comuns afirmar que ele enganou a Casa e indicar uma sanção de mais de 10 dias.
Em comunicado, Johnson disse que "não mentiu" e que está sendo "forçado" a deixar o cargo "de forma antidemocrática". Agora, o Parlamento britânico vai convocar uma eleição suplementar imediata.
"É muito triste deixar o parlamento, pelo menos por enquanto. Mas, acima de tudo, estou perplexo e chocado por poder ser forçado a sair, de forma antidemocrática, por um comitê presidido e administrado por Harriet Harman, com um viés tão flagrante", disse Johnson ao jornal Times
.
Johnson estava sendo investigado em um inquérito que apurava se ele enganou a Câmara dos Comuns ao dizer que todas as regras da Covid-19 foram seguidas, no caso que ficou conhecido como Partygate — que deixou o então premiê nos holofotes. O escândalo diz respeito às festas promovidas na sede do governo, em Downing Street 10, durante as restrições da pandemia.
O caso foi, inclusive, um dos principais pontos que levaram ao desgaste de sua popularidade e, que, como consequência, culminaram em sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro, em julho do ano passado.
"Eles sabem perfeitamente que, quando falei na Câmara dos Comuns, estava dizendo o que acreditava sinceramente ser verdade e o que fui instruído a dizer, como qualquer outro ministro", afirmou Boris Johnson em comunicado. "Eles sabem que corrigi o registro o mais rápido possível; e eles sabem que eu e todos os outros altos funcionários e ministros — incluindo o atual primeiro-ministro e então ocupante do mesmo prédio, Rishi Sunak — acreditávamos que estávamos trabalhando legalmente juntos", continuou.
"Sou deputado desde 2001. Levo minhas responsabilidades a sério. Eu não menti, e acredito que em seus corações o Comitê sabe disso. Mas eles escolheram deliberadamente ignorar a verdade porque, desde o início, seu propósito não foi descobrir a verdade ou entender genuinamente o que estava em minha mente quando falei na Câmara dos Comuns."
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