Catedral de Mary Our Queen, em Baltimore
Divulgação/Catedral de Mary Our Queen
Catedral de Mary Our Queen, em Baltimore


Um relatório tornado público nesta quarta-feira (5) pelo Gabinete do Procurador-Geral de Maryland, nos Estados Unidos , revelou que ao menos 600 crianças foram abusadas sexualmente por lideranças da Igreja Católica em Baltimore ao longo de 60 anos. 

O documento veio à tona por meio do procurador-geral de Maryland, Anthony Brown. O estado descrobriu que um total de 156 pessoas ligadas à Arquidiocese de Baltimore cometeram os crimes, mas destacou que o número de pessoas envolvidas "provavelmente é muito maior". 

O relatório acusa a arquidiocese de negar veementemente os abusos sexuais e as perseguições às crianças, mas que, quando as negações tornavam-se impossíveis, as lideranças afastavam os abusadores das atividades religiosas com o intuito de acobertar os crimes e evitar escândalos. 


"Documentos da Igreja revelam com clareza perturbadora que a Arquidiocese estava mais preocupada em evitar escândalos e publicidade negativa do que estava protegendo as crianças", aponta o relatório. 

As investigações em relação aos abusos sexuais infantis tiveram início em 2019, e foram concluídas em novembro de 2022. Os investigadores analisaram mais de 100 mil páginas de documentos que datam da década de 1940 e entrevistaram centenas de vítimas e testemunhas.

Outra revelação feita pelo documento foi a de que, algumas crianças foram abusadas e perseguidas por mais de um adulto abusador. 

“Jovens em algumas paróquias foram perseguidos por vários abusadores ao longo de décadas, e o clero usou o poder e a autoridade do ministério para explorar a confiança das crianças e famílias sob seus cuidados.”

Sede da Arquidiocese de Baltimore, em Maryland
Divulgação/Arquidiocese de Baltimore
Sede da Arquidiocese de Baltimore, em Maryland


Em uma  carta publicada  após o relatório que expõe os crimes ser divulgado, o arcebispo de Baltimore, William E. Lori, emitiu um "sincero pedido de desculpas" às pessoas envolvidas no caso, e classificou os abusos como um "mal moral".

"O mal do abuso foi agravado pelo fato de que foi cometido por aqueles ordenados como arautos do Evangelho e ministros dos Sacramentos", exclamou. "Seus atos hediondos de abuso sexual infligiram danos incalculáveis ​​a crianças confiantes e vulneráveis. Isso destruiu sua inocência e, em muitos casos, arruinou suas vidas", complementou.

Leia mais:  Igreja dos EUA vai pagar mais de US$ 87 milhões a vítimas de abuso sexual

Lori também diz que os comportamentos dos mais de 150 religiosos citados no relatório representa o oposto do que qualquer representante da igreja deveria ter. 

"Mesmo reconhecendo que a Igreja é composta por pessoas que, como todos, lutam contra o pecado, a fraqueza humana, a falibilidade - e lutarão até o fim da história - o pecado do abuso sexual infantil não pode ter lugar algum entre aqueles chamados para ministrar em o Corpo de Cristo", ressalta.

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