Na última quarta-feira (01), o Congresso do Peru rejeito uma proposta que visava antecipara as eleições para dezembro de 2023, uma vez que o país está tomado há cerca de dois meses por manifestações contra a prisão de Pedro Castillo e pedindo a nova eleição. Os protestos já deixaram dezenas de mortos nos últimos meses.
É esperado que os parlamentares discutam o assunto, trazendo novas propostas para que as manifestações sejam contidas. Entretanto, o Congresso peruano se encontra extremamente fragmentado sobre tal questão.
O partido de direita Força Popular foi o primeiro a apresentar uma proposta sobre o assunto, rejeitada com 68 votos, contra 54, além de duas abstenções.
O congressista porta-voz do partido de extrema-direita Renovação Popular, Jorge Montoya, diz que a antecipação das eleições é algo inconstitucional, afirmando que os membros do Congresso devem ter permissão para finalizar os mandatos vigentes.
Nas redes sociais, a presidente que assumiu o lugar de Castillo, Dina Boluarte, publicou que lamenta" que o Congresso não tenha alcançado o consenso necessário para avançar nas eleições", acrescentando que irão apresentar "imediatamente um projeto de lei para que os peruanos possam eleger democraticamente suas autoridades em 2023.”
O partido de Castillo, Peru Livre, tentará que a proposta que incluí um referendo não vinculativo para uma nova Constituição e para novos parlamentares seja aceita. "Queremos deixar nossos assentos, mas não antes de dar os primeiros passos para uma nova Constituição”, afirma Maria Aguero, parlamentar pelo Peru Livre. Na prática, isso significa perguntar ao povo peruano se eles desejam uma "nova Constituição".
Para que uma proposta avance no parlamento, é necessário que haja uma maioria de 87 votos. Com 66 votos, a proposta desencadeia um referendo nacional.
Nas últimas semana, diversas estradas, aeroportos e prédios foram bloqueados e hostilizados por manifestantes reivindicando as eleições antecipadas, o fechamento do Congresso, a renúncia de Bluarte e a libertação de Castillo. O ex-presidente foi preso após causar rebeliões e por tentar dissolver ilegalmente o Congresso.