O comissário para os Direitos Humanos do Parlamento da Ucrânia, Dmytro Lubinets, afirmou nesta quarta-feira (14) que foram encontradas "câmaras de tortura para crianças" na cidade de Kherson , que ficou sob ocupação russa entre o fim de fevereiro e o início de novembro.
"Nós registramos a tortura de crianças pela primeira vez. Achei que o fundo do poço não poderia ser maior depois de Bucha, Irpin... mas nós realmente chegamos ao fundo em Kherson", disse o político em entrevista ao portal "Kyiv Independent", referindo-se a duas cidades ucranianas que tiveram execuções em massa de civis.
Entre os relatos, Lubinets disse ao site que ouviu de moradores locais que as crianças e adolescentes eram submetidos à violência psicológica, ouvindo que os pais os haviam abandonado, e eram mantidos sem alimentos ou água.
Um menino de 14 anos teria sido inclusive preso e torturado apenas por tirar uma foto dos equipamentos militares russos que haviam sido destruídos.
Kherson é um dos principais cenários dos atuais ataques russos após a retirada das tropas. A região no sul da Ucrânia havia sido anexada unilateralmente pela Rússia.
Retomada do controle de Kherson
O exército ucraniano retomou o controle da cidade de Kherson no dia 11 de novembro deste ano. O local estava sob o controle da Rússia desde o início da guerra, em fevereiro deste ano.
Dois dias antes, a Rússia ordenou a saída das suas tropas da cidade de Kherson. A determinação veio diante de uma vasta contraofensiva ucraniana na cidade.
O anúncio da retirada das tropas veio logo após a mídia russa divulgar que um funcionário de alto escalão da ocupação da Rússia na região de Kherson, Kirill Stremousov, havia falecido.
Kherson é considerada um ponto estratégico pelas tropas russas, por ser capital da província de mesmo nome que dá acesso à Península da Crimeia. Nos referendos unilaterais realizados por Moscou, inclusive, a cidade foi uma das anexadas pelos russos.
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