A Chancelaria da Rússia classificou, nesta quinta-feira (22), como "indecente" o discurso feito na véspera pelo presidente americano Joe Biden na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua fala, o chefe da Casa Branca disse que uma "guerra nuclear nunca deve ser travada", afirmando que um conflito atômico não pode ter vencedores.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou o americano de pôr palavras na boca do líder do Kremlin.
"No que diz respeito à fala do presidente americano, acho que a forma como ela começou e foi para um lugar-comum é absolutamente indecente, já que foi estruturada em cima do nosso país", disse.
"Ele começou supostamente citando o presidente da Rússia. Ele atribuiu ao presidente russo uma fala de que nosso país estava ameaçando o mundo com armas nucleares", completou.
A Rússia foi o tema central do pronunciamento de Biden, que reagia a um pronunciamento em que Putin anunciou uma "mobilização parcial" de reservistas e disse não estar blefando ao afirmar que está disposto a usar "todos os meios" em defesa do seu país.
Tensão aumenta
O ex-presidente russo Dmitri Medvedev, aliado de Putin, disse que quaisquer armas do arsenal russo, incluindo as nucleares, podem ser usadas para defender territórios incorporados pela Ucrânia.
Segundo Medvedev, após os referendos de anexação organizados entre os dias 23 e 27 deste mês nos territórios ocupados de Kherson e Zaporíjia, no Sul, e Donetsk e Luhansk, no Leste, "não haverá mais retorno".
"As Repúblicas do Donbass (Donetsk e Luhansk) e outros territórios serão aceitos pela Rússia", escreveu o atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo no Telegram. "A Rússia anunciou não só sua capacidade de mobilização, mas também que quaisquer armas, incluindo armas nucleares estratégicas (...), podem ser usadas para tal proteção", afirmou.
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