Presidente Jair Bolsonaro (PL) acena durante o Desfile Cívico-Militar no 7 de Setembro
Alan Santos/PR - 07.09.2022
Presidente Jair Bolsonaro (PL) acena durante o Desfile Cívico-Militar no 7 de Setembro

O jornal britânico The Guardian escreveu um editorial no qual afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma "ameaça à democracia e ao planeta" e que, mesmo estando atrás nas pesquisas do ex-presidente Lula (PT), há o temor de que ele "considere a votação real como uma irrelevância". O jornal cita o manifesto em defesa da democracia escrito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), que teve, ao todo, mais de um milhão de assinaturas. 

"À medida que as eleições de 2 de outubro se aproximam, o medo de que ele permaneça no poder é ainda maior. Ele provou ser um líder imprudente e incompetente e continua sendo uma ameaça à democracia e ao planeta", escreveu o veículo. 

"O perigo é que Bolsonaro considere a votação real como uma irrelevância. Cerca de um milhão de cidadãos — incluindo figuras importantes dos negócios, da política, da ciência e das artes — assinaram um manifesto alertando que a democracia enfrenta imenso perigo", completou. 

O The Guardian menciona que Bolsonaro, em uma estratégia para atrair votos, cortou "abruptamente" os impostos sobre os combustíveis, enviou transferências mensais de dinheiro para famílias pobres e está atraindo fiéis evangélicos com devoção enquanto difama Lula. Apesar disso, sua vitória nas eleições parece improvável e suas táticas "de última hora" são vistas "com cinismo". Com isso, os opositores temem não apenas uma violência pré-eleitoral, como também uma "tentativa ao estilo de Trump se de manter no poder". 

O jornal lembra que Bolsonaro colocou em xeque, sem provas, o sistema brasileiro de votação, em reunião com embaixadores em 18 de julho. Cerca de um mês depois, em 28 de agosto, ele afirmou que há três alternativas para seu futuro: prisão, morte ou vitória. O presidente já chegou a dizer também, a apoiadores, que "o exército está do nosso lado". Essa última declaração, lembra o veículo, é "especialmente assustadora, dada a história relativamente recente da ditadura militar do Brasil". 

"Embora poucos aceitem sua afirmação abrangente, há uma preocupação real de que ele possa encontrar apoio significativo nas forças armadas. Uma vitória clara e definitiva de Lula, idealmente no primeiro turno, mas mais provável no segundo turno, é o melhor resultado para a democracia brasileira e para o planeta. Outros países devem deixar claro que não tolerarão qualquer tentativa de Bolsonaro de trapacear, intimidar ou ameaçar seu caminho para um segundo mandato", finaliza o texto.

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