Vista da central nuclear de Zaporizhzhia
Foto: ANSA
Vista da central nuclear de Zaporizhzhia

Nesta segunda-feira (15), o Exército ucraniano informou que continuam os bombardeios russos na região de Kharkiv e Zaporizhzhia, onde está localizada a maior usina nuclear da Europa.

De acordo com a Defesa ucraniana, também houveram relatos de bombardeios na cidade de Kherson, onde as forças ucranianas destruíram dois depósitos de munição usados pelo exército russo.

A usina nuclear de Zaporizhzhia está ocupada por tropas russas há cinco meses, desde o início de março. Forças russas e ucranianas trocam acusações sobre ataques na usina.

Neste sábado (13), funcionários da usina disseram que o local está a beira de um desastre nuclear diante dos bombardeios russos.

“O cenário de Fukushima pode se repetir na central nuclear de Zaporizhzhia, mas a causa não será um desastre natural, mas o bombardeio do Exército russo”, disse um funcionário da usina à BBC ucraniana. A fala foi publicado pela Energoatom, operadora de energia nuclear da Ucrânia, em seu canal no Telegram.

De acordo com a nota, os ataques ao local ficaram mais intensos desde 5 de agosto. Caso não sejam controlados, eles podem comprometer o processo de resfriamento dos reatores e causar um “desastre nuclear”.

O integrante da administração civil-militar de Moscou na região, Vladimir Rogov, disse que os ataques começaram em Kiev e que os projéteis teriam caído “em áreas situadas nas margens do Dniepre”, principal rio do país.

Em 6 de agosto, o diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi, disse que as movimentações de guerra na usina traziam um risco “muito real” de um desastre nuclear na Ucrânia.

“Estou extremamente preocupado com o bombardeio na maior usina nuclear da Europa, que destaca o risco muito real de um desastre nuclear que pode ameaçar a saúde pública e o meio ambiente na Ucrânia e além”, afirmou Grossi na ocasião.

Ainda no sábado, o mandatário ucraniano Volodymyr Zelensky, fez um anúncio de que os soldados russos que ocupam a usina nuclear de Zaporizhzhia se tornarão “alvos especiais” do serviço de inteligência e do exército ucraniano.

“Todo soldado russo que atira na fábrica ou atira sob a cobertura da fábrica deve entender que está se tornando um alvo especial para nossa inteligência e serviço secreto, para nosso exército”, disse em mensagem compartilhada em seu canal no Telegram.

Segundo Zelensky, a permanência russa no local aumenta a ameaça da radiação no continente europeu em um nível maior do que na Guerra Fria.

A usina de Zaporizhzhia está localizada na cidade de Enerhodar, à margem do reservatório de água Kakhovka. Fica a cerca de 200 km da região separatista de Donbass e a 550 km da capital ucraniana Kiev. Atualmente, a região sul e central de Zaporizhzhia estão sob controle russo. O centro administrativo da região, porém, ainda é controlado pela Ucrânia.

Ao todo, 6 reatores de geração de energia estão em operação na instalação. Segundo a Energoatom, 5 unidades foram inauguradas de 1984 a 1989. A 6ª foi colocada em operação em 1995, sendo a única que permanece aberta depois do fim da União Soviética.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!