FBI realizou buscas na casa do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago
Reprodução/Mar-a-Lago
FBI realizou buscas na casa do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago

O FBI e o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês) anunciaram, em um memorando enviado a autoridades de todo o país, que houve um "aumento de ameaças violentas postadas nas mídias sociais contra autoridades federais" após as buscas na casa do ex-presidente Donald Trump , na Flórida, na semana passada.

Foi a primeira vez que a casa de um ex-presidente foi revistada em uma investigação criminal. Onze conjuntos de arquivos confidenciais foram recuperados da propriedade em Palm Beach, de acordo com o mandado que mais tarde foi tornado público. Trump nega irregularidades.

"O FBI e o DHS gostariam de garantir que as autoridades policiais, judiciais e governamentais estejam cientes da gama de ameaças e incidentes criminais e violentos", dizia o memorando à qual parte da imprensa americana teve acesso.

O documento, que circulou na noite de sexta-feira, alertava que algumas das ameaças eram "específicas na identificação de alvos, táticas ou armamentos propostos" e também mencionava o juiz que autorizou a busca. Ainda segundo o memorando, um homem vestindo colete à prova de balas foi baleado pela polícia depois de tentar invadir o escritório do FBI em Cincinnati, Ohio.

Jeffrey Ringel, ex-agente do FBI em Nova York, disse à BBC que, embora muitas ameaças se mostrem "bravatas", ainda podem ter um grande impacto na equipe.

“Uma ameaça em si faz com que você pare o que está fazendo porque tem medo do que pode acontecer. Você fica pensando: 'E se?'”

O mandado indica que o FBI procurava evidências de um manuseio incorreto de documentos classificados como secretos por Trump, equivalendo à violação da Lei de Espionagem, que trata das informações de Inteligência. Juntamente com o mandado, foi divulgado um recibo descrevendo os itens apreendidos.

A lista mostra que os agentes do FBI encontraram documentos classificados como da mais alta confidencialidade, o que parece confirmar que o ex-presidente guardava em sua residência material que exige tratamento especial, só podendo ser acessado em instalações autorizadas, e que precisam passar por um processo formal do governo antes de terem seu sigilo suspenso.

A lista revela que agentes federais levaram 20 caixas de Mar-a-Lago, pastas com fotos e um bilhete manuscrito. Também havia informações sobre “o presidente da França”.

O ex-presidente republicano está sob investigação por possíveis violações de três leis americanas. A primeira é a Lei de Espionagem, que torna ilegal reter sem autorização informação de segurança nacional que poderia prejudicar os EUA ou auxiliar um adversário estrangeiro. 

A segunda é um estatuto associado à remoção ilegal de materiais governamentais. Já terceira é uma lei federal que torna crime destruir ou esconder um documento para obstruir uma investigação do governo.

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