Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, realizaram uma cúpula por videoconferência nesta quinta-feira motivada pelo aumento de tensões envolvendo a ilha de Taiwan, que a China continental considera como parte integral de seu território.
Na semana passada, a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, anunciou que pretende visitar Taiwan durante uma ida à Ásia, na primeira viagem de alguém em seu cargo ao território em 25 anos. Isto levou as autoridades chinesas a emitirem vários alertas sobre graves consequências se a visita de fato ocorrer.
Durante a reunião de 2h17 de duração, Xi subiu o tom e repetiu a ameaça diretamente a Biden, declarando se “opor firmemente ao separatismo e a ‘independência de Taiwan’ [aspas no original] e à interferência de forças externas”.
"Nunca deixaremos espaço para as forças da "independência de Taiwan" de qualquer forma. A posição do governo chinês e do povo chinês sobre a questão de Taiwan tem sido consistente", afirmou Xi a BIden, segundo comunicado chinês. "A opinião pública não pode ser violada. Se brincar com fogo, vai se incendiar. Espero que o lado dos EUA possa ver isso claramente".
Convocada pelos Estados Unidos, a conversa bilateral foi a quinta entre os dois líderes desde que Biden assumiu a Casa Branca e a primeira desde março, e acontece em um contexto especialmente tenso, na já acalorada relação pelos país. O comunicado americano ainda não foi divulgado.
Guiada pelo princípio de "uma só China", aceito pelos EUA quanto reataram relações com Pequim em 1979, a China tem a meta de reunificar o território de Taiwan com o continente, um objetivo do Partido Comunista da China desde que os nacionalistas fugiram para ilha ao serem derrotados na guerra civil, em 1949.
Na quarta-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby, disse que na ligação Biden reafirmaria o compromisso do país com a “política de uma só China”, na qual os EUA reconhecem Pequim como o “único governo legal da China”, sem esclarecer sua posição sobre a soberania de Taiwan. Kirby acrescentou que os EUA preferem que Taiwan e a China resolvam quaisquer disputas por conta própria.
Em maio, no entanto, o governo, precisou voltar atrás em uma observação do presidente, quando disse que os EUA apoiariam Taiwan “militarmente” no caso de um ataque chinês.
"O principal é que o presidente quer garantir que as linhas de comunicação com o presidente Xi permaneçam abertas, porque isso é necessário", disse Kirby. "Há questões em que podemos cooperar com a China e há questões em que obviamente há atrito e tensão".
Pelosi se recusou a discutir sua agenda de viagens, citando preocupações de segurança, e não houve anúncio oficial de que ela planeja uma viagem ao exterior.
Porta-aviões faz patrula
Em meio às tensões, um porta-aviões e uma fragata dos EUA fizeram exercícios militares no Mar da China Meridional.
O USS Ronald Reagan, um super porta-aviões movido a energia nuclear da classe Nimitz, adentrou nas águas disputadas após uma escala de cinco dias em Cingapura, partindo da Base Naval de Changi na terça-feira, disse a 7ª Frota dos EUA.
A 7ª Frota, que fica baseada no Japão, se recusou a dizer para onde o porta-aviões estava indo, mas disse que a embarcação realiza uma patrulha de toina. Os exercícios durante a patrulha incluem operações de voo com aeronaves de asa fixa e rotativa, exercícios de ataque marítimo e treinamento tático coordenado entre unidades de superfície e aéreas.
“O USS Ronald Reagan e seu grupo de ataque estão em andamento, operando no Mar da China Meridional após uma visita bem-sucedida ao porto de Cingapura”, disse a comandante Hayley Sims, oficial de relações públicas da 7ª Frota dos EUA, com sede no Japão. “Acrescentarei que Reagan continua as operações normais e programadas como parte de sua patrulha de rotina em apoio a um Indo-Pacífico livre e aberto”.
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