Soldados desaparecidos Ucrânia
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Soldados desaparecidos Ucrânia

Um canal de TV estatal russo divulgou vídeos de Alexander Drueke, de 39 anos, e de Andy Tai Ngoc Huynh, de 27, que são dois de três americanos reportados como desaparecidos na semana passada, enquanto combatiam ao lado do Exército ucraniano contra a invasão da Rússia.

Parentes e congressistas americanos dizem que Drueke e Huynh perderam contato com a família em 9 de junho, enquanto combatiam nos arredores da cidade de Izbytske, região de Kharkiv, perto da fronteira russa. Segundo a mídia americana, os dois militares veteranos viajaram do Alabama para se unir a outros estrangeiros e voluntários para apoiar Kiev.

Uma foto que mostra Drueke e Huynh supostamente capturados e feitos prisioneiros em um caminhão russo circulou em contas pró-Moscou no Telegram. Segundo a BBC, um grupo de ex-oficiais americanos e franceses tuitaram na quarta-feira que dois americanos haviam sido capturados há uma semana. Se a informação for confirmada, seriam os primeiros americanos lutando na Ucrânia a ser presos desde o início da invasão russa, em fevereiro.

Na quinta-feira, o Departamento de Estado afirmou que procurava informações sobre os supostos desaparecimentos, incluindo de Grady Kurpasi, de 49 anos, ex-capitão dos marines (fuzileiros navais) americanos, com uma experiência de 20 anos.

Segundo seus familiares, o último contato feito por Kurpasi foi em abril. Ele havia chegado à Ucrânia em março e foi designado para um posto de observação na região de Kherson, onde uma retirada da população civil estava em andamento.

Na noite desta sexta-feira, o jornalista do canal russo RT Roman Cossarev publicou um vídeo no aplicativo de mensagens Telegram em que Drueke está sentado no que parece ser um escritório, vestindo roupas de uso militar, e diz: "Mãe, só quero que você saiba que estou vivo e espero voltar para casa o mais rapidamente possível."

O canal oficial do RT no Telegram também publicou uma entrevista com Huynh, na qual ele diz que os dois estiveram "em combate contra as tropas russas" perto da área estratégica ucraniana de Kharkiv.

"As tropas russas invadiram nossas posições. Tivemos que retroceder, e um dos meus companheiros e eu esperamos por cerca de três horas em uma trincheira para termos certeza de que a área estava livre", diz Huynh. "Acabamos caminhando por cinco horas pela floresta e chegamos a um caminho onde nos rendemos às forças russas."

Não se sabe se os dois veteranos foram obrigados a falar, nem as circunstâncias em que os vídeos foram gravados. Um porta-voz do Departamento de Estado confirmou que autoridades americanas viram as fotos e os vídeos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou os pedidos para que cidadãos americanos não viajem à Ucrânia.

"Fui informado [sobre os desaparecimentos]. Não sabemos onde estão", disse Biden a jornalistas na Casa Branca, na sexta-feira. "Por isso que reitero: os americanos não devem ir para a Ucrânia. Repito, os americanos não devem ir para a Ucrânia agora", afirmou.

Até agora, a Casa Branca vem mantendo discrição sobre os cidadãos americanos desaparecidos, cujo destino poderia se converter em um tema politicamente delicado em meio à crise com a Rússia. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, descartou fazer comentários sobre os três cidadãos, afirmando apenas que o governo estava "trabalhando muito duro para conhecer seu paradeiro".

No início do mês, uma corte da república separatista da República Popular de Donetsk, região no Leste do país controlada por separatistas pró-Moscou, condenou à morte por fuzilamento dois britânicos e um marroquino que haviam sido capturados lutando junto aos ucranianos.

Em nota, o Departamento de Estados dos EUA disse que a Rússia tem a obrigação, conforme o Direito Internacional, de dar tratamento humano aos prisioneiros de guerra. A Rússia considera todos os estrangeiros lutando com a Ucrânia como mercenários e diz que não estão protegidos como combatentes sob a Convenção de Genebra.

"De acordo com a lei internacional, mercenários não são reconhecidos como combatentes", disse o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma rara entrevista à BBC.

Em um tuíte, o congressista de Illinois Adam Kinzinger argumento que os homens "se alistaram no Exército ucraniano e, portanto, ganharam proteções legais como combatentes".

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