Vladimir Putin
Reprodução/Ansa - 16.03.2022
Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (17) que as sanções impostas pelos países ocidentais contra Moscou são "tolas e imprudentes" e o objetivo de "esmagar a economia" não funcionou.

Em declaração no Fórum Econômico de São Petersburgo, o líder russo afirmou que a "situação atual na Europa levará a uma onda de radicalismo e, finalmente, a uma mudança de elite", além de enfatizar a soberania e força da Rússia diante do que apresentou como hostilidade ocidental.

"Somos pessoas fortes e podemos enfrentar qualquer desafio. Como nossos ancestrais, resolveremos qualquer problema, toda a história milenar de nosso país fala disso", disse.

De acordo com o líder do Kremlin, "os EUA pensam que é o único centro do mundo" e o "Ocidente mina intencionalmente as fundações internacionais em nome de suas ilusões geopolíticas".

"A era da ordem mundial unipolar acabou, apesar de todas as tentativas de preservá-la por qualquer meio", defendeu.

"Quando eles venceram a Guerra Fria, os Estados Unidos se declararam representantes do próprio Deus na terra, pessoas que não têm responsabilidades - apenas interesses. Eles declararam esses interesses sagrados. Agora é o tráfego de mão única, o que torna o mundo instável", acrescentou Putin ao público.

O presidente russo disse também que o propósito atual da "russofobia" representa uma tentativa de isolar uma Rússia rebelde em relação ao Ocidente.
Apesar disso, Putin considera o presidente chinês, Xi Jinping, "um amigo em todos os sentidos" e, portanto, "o comércio entre a Rússia e a China atingirá níveis recorde este ano".

Durante o painel, o chefe do Kremlin explicou ainda que não tem nada contra a adesão da Ucrânia à União Europeia e argumentou que mantém um posicionamento consistente e coerente, já que a UE, diferentemente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), não é um bloco político-militar.

"É a decisão soberana de qualquer país aderir ou não a associações econômicas, e cabe à União Europeia aceitar ou não novos estados como seus membros. Se será para o benefício ou prejuízo da Ucrânia, aí é problema deles", concluiu.

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