Autor dos disparos foi identificado como Salvador Ramos, de 18 anos
Reprodução: redes sociais - 25/05/2022
Autor dos disparos foi identificado como Salvador Ramos, de 18 anos

O atirador do Texas que assassinou 19 crianças e dois professores em uma escola na cidade de Uvalde, na terça-feira (24), fez postagens no Facebook antes de abrir fogo no local, informou nesta quarta-feira (25) o governador do estado, o republicano Greg Abbott. Outras 17 pessoas ficaram feridas no ataque , mas não correm risco de vida.

Cerca de 30 minutos antes de chegar à escola, o atirador avisou que dispararia contra sua avó para, logo depois, relatar que havia atirado nela. Então, escreveu em um terceiro post que atacaria uma escola. Sua avó, que foi atingida no rosto, sobreviveu e chamou a polícia.

"A terceira mensagem, provavelmente menos de 15 minutos antes de chegar à escola, dizia: 'Vou abrir fogo em uma escola primária'", especificou Abbott em uma coletiva de imprensa.

Imediatamente após a divulgação da informação, a rede social afirmou que o agressor publicou as advertências no aplicativo de mensagens privadas do Facebook e, portanto, as mensagens não foram descobertas até depois da tragédia. O Facebook está "cooperando plenamente" com a polícia que investiga o massacre, disse Andy Stone, porta-voz da empresa matriz do Facebook, Meta.

O massacre de terça-feira na Robb Elementary School em Uvalde, a 130 quilômetros a Oeste de San Antonio, é o mais recente de uma série de chacinas que abalaram o país e o pior evento do tipo em uma escola em mais de dez anos.

O atirador, identificado como Salvador Ramos, um estudante do ensino médio de 18 anos, fugiu da casa onde vivia com os avós e bateu o carro perto da Robb Elementary School. Ele entrou na instituição educacional por uma porta do fundos carregando um fuzil de assalto AR-15 e vestindo com um uniforme tático. Ele percorreu dois corredores curtos e em seguida entrou em uma sala de aulas do lado esquerdo, afirmou Abbott.

Segundo autoridades, ele obstruiu a sala de aula da quarta série, onde assassinou os estudantes e professores antes de ser morto por um oficial da Patrulha de Fronteira dos EUA, disse Abbott.

Os posts no Facebook foram os únicos alertas anteriores à chacina, disse o governador, acrescentando que Ramos não parecia ter ficha criminal ou histórico de problemas de saúde mental.

Ramos comprou dois fuzis AR-15 e 375 cartuchos de munição dias antes do ataque, pouco depois de completar 18 anos, disseram vários veículos de imprensa americano citando um senador estadual que recebeu informações da polícia. Na hora do ataque, ele deixou um dos fuzis no carro.

Durante a coletiva, Abbott foi confrontado pelo democrata Beto O’Rourke, ex-congressista de El Paso e oponente político que o acusou de fracassar em lidar com a crescente violência armada. O'Rourke, que disputa o governo do Texas contra Abbot, interrompeu a coletiva aos gritos, afirmando que o governador e outros republicanos não estão fazendo nada para resolver o problema.

Debate nacional

O massacre, que ocorreu apenas dez dias depois de um supremacista branco matar dez pessoas e ferir outras três em um mercado em um bairro majoritariamente negro em Buffalo, cidade no estado de Nova York, reavivou um debate nacional sobre as leis de armas do país.

Em um discurso na noite de terça, o presidente Joe Biden pediu novas restrições para garantir a segurança das armas.

"Os fabricantes de armas passaram duas décadas vendendo agressivamente armas de assalto, o que os deu um enorme lucro", — disse Biden. "Temos que nos perguntar: quando vamos enfrentar o lobby das armas? Quando vamos fazer o que sabemos, dentro de nós, que precisa ser feito? Pelo amor de Deus, temos que ter a coragem de enfrentar a indústria."

Nesta quarta-feira, a Associação Nacional do Rifle, o lobby pró-armas mais poderoso dos EUA, culpou um "criminoso solitário e transtornado" pelo massacre.

Em uma breve declaração, a associação afirmou que, em sua reunião anual neste fim de semana em Houston, "nos comprometeremos a redobrar nosso compromisso para fazer com que nossas escolas sejam seguras". No comunicado, a organização não mencionou o fato de o atirador ter comprado de forma legal a arma usada para lançar o ataque.

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