Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, durante visita à Ucrânia
Reprodução/Twitter @ABaerbock - 10.05.2022
Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, durante visita à Ucrânia

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chegou à Ucrânia nesta terça-feira em uma viagem não anunciada. Ela é a mais alta autoridade do governo alemão a visitar o país desde o início da invasão da Rússia em 24 de fevereiro. Baerbock esteve com moradores em Bucha, cidade onde o Exército russo foi acusado de cometer crimes de guerra .

O compromisso diplomático ocorre após o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, ter dito em abril que a notícia de uma visita dele a Kiev não foi bem recebida pelo governo da Ucrânia. Segundo o alemão, o presidente Volodymyr Zelensky é crítico do fato de Steinmeier sempre ter defendido a reaproximação do Ocidente com a Rússia.

Baerbock esteve em uma igreja cujo terreno serviu para cavar uma grande vala comum, onde autoridades encontraram dezenas de corpos. A brutalidade russa durante a ocupação de Bucha indignou o mundo e reforçou a determinação do Ocidente de se opor à invasão do presidente Vladimir Putin.

Crimes de guerra

No início de abril, dias após as tropas ucranianas retomarem o controle de Bucha, a polícia e funcionários do cemitério começaram a recolher cadáveres espalhados pela cidade. No dia 2 daquele mês, eles retiraram mais de 100 corpos. No dia seguinte, o número subiu para mais de 360. Dez dos mortos eram crianças, segundo as autoridades.

Do total, mais de 250 pessoas foram mortas por balas ou estilhaços e foram incluídas em uma investigação de crimes de guerra, disse Ruslan Kravchenko, procurador regional de Bucha. Muitos outros morreram de fome, frio e falta de remédios. Na época, ele disse que o número de mortos na cidade chegaria a mil e apenas duas vítimas eram militares ucranianos.

A Rússia nega ter cometidos atrocidades na região e Putin até condecorou a brigada militar que participou da ocupação de Bucha. As denúncias de massacre congelaram as conversas entre Moscou e Kiev sobre um cessar-fogo, que vinham dando sinais tímidos de avanços para o fim da guerra.

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