Complexo siderúrgico Azovstal, na Ucrânia
Reprodução/Twitter - 17.04.2022
Complexo siderúrgico Azovstal, na Ucrânia

O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, afirmou em entrevista a emissoras ucranianas nesta quarta-feira (3) que perdeu contato com os combatentes que ainda está cercado na siderúrgica Azovstal.

O local ainda conta com um grupo de militares e de membros da milícia de extrema-direita Batalhão de Azov, além de dezenas de civis que não conseguiram fugir durante a evacuação realizada pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha. Entre eles, estariam 30 crianças e adolescentes.

Pouco depois, Boichenko informou que recebeu alertas de que "violentos combates" estavam ocorrendo, mas sem dar muitos detalhes. O site Ukrainska Pravda afirma que tropas conseguiram entrar em uma das partes da siderúrgica que havia sido destruída em um bombardeio. Não se sabe se é uma área onde há civis.

Antes do anúncio do prefeito, a Rússia negou que tenha reiniciado os ataques contra a área da Azovstal, como tinham informado autoridades ucranianas, o ministro da Defesa, Sergi Shoigu, disse que todos estavam "bloqueados de maneira segura".

Em entrevista à agência Ria Novosti, o titular da pasta afirmou que Moscou "deu repetidas propostas para que [os combatentes] deixassem o local e depusessem as armas com a garantia de salvar as vidas humanas e de um tratamento digno em conformidade com as leis internacionais - e foram ignoradas".

Do outro lado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que Kiev "vai continuar a fazer de tudo para que o nosso povo saia de Mariupol e da Azovstal, sejam civis ou militares".

"É difícil, mas nós temos a necessidade de todos aqueles que estão ali. Não houve um dia sequer que nós não pensamos neles, em que nós não tentamos resolver a situação. Nós conseguimos um cessar-fogo por quase três dias, de maneira que o corredor humanitário funcionasse. Agora, as tropas russas não respeitam os acordos e continuam a atacar maciçamente a Azovstal", disse em vídeo publicado no Telegram.

A siderúrgica se tornou o último ponto de resistência ucraniana após 70 dias de guerra. Segundo dados do governo, mais de 90% dos prédios da cidade foram destruídos nos ataques russos e há estimativas de que cerca de 20 mil moradores foram assassinados.

Atualmente, as tropas russas controlam praticamente todo o território da cidade portuária que, antes do conflito, tinha cerca de 400 mil habitantes.

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