Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Reprodução / Record News - 31.03.2022
Presidente da Rússia, Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira que tinha “motivos nobres” e que seu país “não tinha escolha” a não ser atacar a Ucrânia.

Acompanhado do presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, durante uma visita ao cosmódromo de Vostochni, Putin voltou a focar especificamente na área separatista do Donbass, que inclui parte das regiões de Donetsk e Luhansk. As falas foram repercutidas pelas agências de notícias estatais Tass e Interfax.

"O que estamos fazendo é para ajudar as pessoas, salvar pessoas de um lado, e estamos trabalhando para garantir a segurança da Rússia do outro. Obviamente, não tínhamos escolha e essa é a decisão certa" , disse o presidente russo nesta terça-feira.

Iniciada em 24 de fevereiro, a guerra — que Putin insiste em chamar de “operação militar especial” — já obrigou mais de 4,4 milhões de ucranianos a fugirem do país, deslocou internamente outros 6,5 milhões, além de causar milhares de mortes entre civis e soldados dos dois países.

"Temos objetivos nobres. Isso é o que acontecerá: protegeremos o Donbass. Isso é o que vai acontecer, não há dúvidas" , afirmou. "O principal objetivo é ajudar as pessoas do Donbass, que nós reconhecemos [como repúblicas independentes], e devemos fazer porque as autoridades de Kiev, encorajadas pelo Ocidente, se negavam a atuar os acordos de Minsk para uma resolução pacífica dos problemas na região."

Proteger a região foi a desculpa inicial para a invasão à Ucrânia, mas logo se viu que as ações russas tinham objetivos maiores, com tentativas de conquistar as grandes cidades do país, como Kiev e Kharkiv. No entanto, a resistência inesperada das forças da Ucrânia, fizeram a Rússia mudar de estratégia. Há duas semanas, Putin disse que voltou ao plano de “proteger” a região separatista e parou de fazer ataques nas cidades maiores.

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Para os russos, as forças militares ucranianas causaram “um genocídio” no Donbass entre 2014 e 2022, quando, após a anexação unilateral da Crimeia por parte de Moscou, grupos separatistas pró-Rússia começaram a tomar parte do território local.

"Nossos soldados participam de uma operação militar especial em Donbas, na Ucrânia, onde oferecem sua ajuda às Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk. Eles agem com bravura, competência e efetivamente usam as armas mais modernas" , acrescentou Putin.

Os acordos de Minsk I e II, citados por Putin, foram firmados em 2015 por Moscou e Kiev e nenhum dos lados cumpriu seus artigos que serviu, basicamente, para um cessar-fogo apenas temporário no local. Entre os principais pontos, estava que a Ucrânia deveria fazer com que Donetsk e Luhansk virassem “regiões autônomas”, mas ainda partes do país. Já os russos deveriam parar de fornecer armas e equipamentos militares, além de treinamento, para as milícias separatistas.

Sobre as sanções impostas pelos países ocidentais e que já afetam duramente a economia do país, Putin ressaltou que “a Rússia não se fechará” e que é “impossível” isolar a nação.

"Nós não temos a intenção de nos fechar e, no mundo moderno, é totalmente impossível isolar rigorosamente qualquer um e completamente impossível isolar um país tão grande como a Rússia. Nós vamos trabalhar com os parceiros que querem interagir ", disse Putin, anunciando que o programa espacial russo continuará. 

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