O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy anunciou na manhã desta terça-feira que votará em Emmanuel Macron no segundo turno das eleições presidenciais do país. No Facebook, o político publicou um comunicado ressaltando a experiência de Macron para o cargo, algo que ele julga importante em meio ao contexto atual de crise internacional.
"Votarei em Macron porque acredito que ele tem a experiência necessária diante de uma grave crise internacional que é mais complexa do que nunca; porque seu projeto econômico coloca a promoção do trabalho no centro de todas as suas prioridades; porque seu compromisso europeu é claro e inequívoco", escreveu.
Sarkozy era criticado por parte dos colegas do partido Os Republicanos por não se posicionar na eleição. A candidata da sigla conservadora, Valérie Pécresse, teve menos de 5% dos votos. Ela foi ministra de Sarkozy e buscou durante meses o apoio público do ex-chefe de Estado. Mesmo após ser condenado por corrupção, o político é símbolo da direita liberal francesa e ainda tem apoio de muitos eleitores.
Pécresse também declarou voto em Macron, mas o partido se limitou a pedir aos eleitores que não votem em Le Pen, a mesma posição defendida pelo líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélénchon, que teve 22% dos votos.
Novo turno
Macron venceu o primeiro turno das eleições no domingo e disputará o segundo turno em 24 de abril com Marine Le Pen, presidenciável da direita radical, o que repetirá os protagonistas do embate final do pleito anterior, em 2017. A votação também foi marcada pela abstenção alta de 25,16%.
O primeiro turno também consolidou o esvaziamento dos partidos tradicionais que controlaram a Presidência e dominaram a política francesa em toda a segunda metade do século XX até o crescimento da extrema direita neste século e a ascensão de Macron. Em 2017, o atual presidente deixou o Partido Socialista (PS) para criar sua própria legenda de centro, a República em Marcha.