O governo da Eslováquia anunciou o envio de seu único sistema de defesa aérea S-300 para a Ucrânia, atendendo a um pedido feito por Kiev para que nações aliadas enviassem armamentos para ajudar as forças do país na contenção dos ataques áreos da Rússia, mas que não tinha sido atendido até o momento.
"Posso confirmar que a Eslováquia doou seu sistema de defesa S-300 para a Ucrânia, com base em seu pedido para ajudar na sua autodefesa contra a agresão armada da Federação Russa", afirmou, em comunicado, o primeiro-ministro Eduard Heger, que esteve em Kiev na sexta-feira, e cujo país faz parte da Otan. No texto, ele reiterou que o envio não significa que seu país agora passe a fazer parte do conflito, iniciado no dia 24 de fevereiro.
O equipamento, de fabricação soviética e "herdado" da antiga Tchecoslováquia após o desmembramento do país. em 1993, já teria sido entregue às forças ucranianas, de acordo com fontes do governo.
Ao mesmo tempo em que as autoridades ucranianas defendiam, sem sucesso, a criação de uma zona de exclusão aérea pela Otan sobre seu território, como forma de interromper os ataques aéreos da Rússia, com mísseis e com bombardeios usando aviões de combate, Kiev pedia que sistemas de defesa, como os S-300, fossem fornecidos para que o país se defendesse por conta própria.
No mês passado, a Alemanha e a Holanda adquiriram três baterias do sistema de defesa Patriot, de fabricação americana, para que fossem enviados à Eslováquia para serem implementados em conjunto com o S-300 — na época, Bratislava sinalizou que poderia enviar seu antigo sistema caso ele fosse reposto, o que vai acontecer agora, de acordo com o governo americano.
"Quero agradecer ao governo da Eslováquia por fornecer um sistema de defesa aérea S-300 para a Ucrânia, algo que o próprio presidente Volodymyr Zelensky mencionou em conversas. Para permitir que essa transferência fosse feita, e para garantir a segurança na Eslováquia, os EUA vão reposicionar um sistema de mísseis Patriot no país", disse, em comunicado, o presidente americano Joe Biden. De acordo com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, a instalação dos Patriot será feita nos próximos dias.
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O anúncio coincide com a promessa, anunciada pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, de que os EUA e outros 30 países intensificariam o envio de equipamentos militares para os ucranianos, coincidindo com acusações de que as forças russas teriam cometido crimes de guerra em cidades como Bucha, Berdyansk e Mariupol, e com a iminência de uma batalha de grande porte na região Leste do país.
Na quinta-feira, o chanceler ucraniano reforçou esse pedido em reunião na Otan, mencionando especificamente os sistemas de defesa aérea e aeronaves de combate — no mês passado, a Polônia chegou a colocar sua frota de MiG-29s à disposição dos EUA para que fossem enviados à Ucrânia, mas Washington descartou a ideia.
A Rússia, por sua vez, afirmou que considera os envios de equipamentos militares ocidentais a Kiev como "alvos legítimos".
*Com informações de agência internacionais
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