Manifestações de peruanos deixam mortos e feridos
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Manifestações de peruanos deixam mortos e feridos


Um trabalhador agrícola que participava do bloqueio de uma estrada no Peru  morreu e pelo menos 15 pessoas ficaram feridas nesta quarta-feira em confrontos com a polícia, em um novo dia de protestos contra o aumento de preços de combustíveis e alimentos. O fim do toque de recolher, anunciado pelo presidente Pedro Castillo, na terça-feira, não serviu para acalmar os ânimos dos manifestantes, que seguem nas ruas  em Lima, Ica e em várias outras cidades. 

De acordo com um comunicado de Carlos Navea, diretor do hospital de Ica, a 300 km de Lima, a vítima deu entrada no local já morta. Navea informou que os feridos que chegaram ao hospital são 12 policiais e três manifestantes.

O líder dos trabalhadores agrícolas Julio Carbajal disse à rádio RPP que o morto na rodovia Pan-Americana é um homem de 25 anos, natural de Huancavelica, que trabalhava em uma empresa agrícola em Ica. A polícia identificou o manifestante como Jhony Quinto Contreras.

Os confrontos ocorreram durante a manhã, quando um destacamento da polícia tentou expulsar dezenas de trabalhadores agrícolas que estavam bloqueando a rodovia Pan-Americana,  na fértil região de Ica, onde operam muitas empresas do agronegócio. Na tarde desta quarta-feira, manifestantes concordaram em liberar as vias por algumas horas, antes de uma nova rodada de negociações com o ministro do Interior e outras autoridades em Villacurí.


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A tensão vem crescendo no país desde segunda-feira, quando houve protestos em Lima, Ica e em várias outras cidades contra o aumento dos preços dos combustíveis e alimentos. As manifestações levaram Castillo a impor um toque de recolher surpresa, que foi repudiado por vários setores da população. Horas depois, após se reunir com o Congresso, dominado pela oposição, o presidente suspendeu a medida.

Grupos de manifestantes apedrejaram a sede nacional do Ministério Público e entraram no Palácio da Justiça, onde roubaram computadores e outros equipamentos, segundo as autoridades. Também causaram danos a várias lojas e a um escritório de uma administradora privada de aposentadoria. Pelo menos 18 manifestantes foram presos. 

Esses são os primeiros protestos no governo de Castillo, que está no poder há apenas oito meses e vem sendo pressionado no Congresso para deixar o cargo. O presidente, um professor rural de 52 anos, tornou-se conhecido nacionalmente como dirigente sindical que promoveu uma grande greve de professores em 2017. 

Os protestos, que começaram há uma semana, deixaram pelo menos mais três mortos, entre eles um jovem de 18 anos, natural de Cayna, que teria sido atingido na cabeça por um projétil de gás lacrimogêneo.

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