O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia denunciou nesta segunda-feira (21) que 2.389 crianças da região de Donbass, ocupada por forças russas, foram levadas ilegalmente para a Rússia.
"Casos de sequestro de crianças e outros crimes cometidos por ocupantes russos contra civis na Ucrânia estão sendo investigados", explicou o governo de Kiev, citado pelo Kyiv Independent.
Recentemente, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, acusou os soldados russos de "estuprar mulheres" em cidades do país que estão ocupadas. Na ocasião, o político pediu a criação de um tribunal criminal especial para julgar o "crime de agressão".
Desde que a guerra na Ucrânia começou milhares de mulheres e crianças estão correndo um alto risco de serem mortos, vítimas de abuso sexual e tráfico humano, de acordo com as autoridades de países europeus e entidades de apoio a refugiados.
Em Mariupol, a situação está cada vez mais crítica. O número de mortos entre civis chegou a mais de 3 mil, informou o major Denys Prokopenko, do Regimento da Guarda Nacional Azov, à CNN, segundo o jornal Ukrinform.
"O número de mortos entre civis está aumentando a cada dia e agora ultrapassa 3 mil pessoas. Mas ninguém pode dizer o número exato de mortes, pois as pessoas são enterradas em valas comuns sem nome. Muitos cadáveres permanecem insepultos nas ruas.
Algumas pessoas estão presas sob os escombros, enterrados vivos", enfatizou Prokopenko.
De acordo com o major ucraniano, bombas russas caem a cada 10 minutos em Mariupol e, além dos tanques e da artilharia, a cidade é bombardeada por navios russos.
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Autoridades locais relataram ainda que alguns moradores do distrito de Rive Gauche, em Mariupol, estão sendo deportados à força para a Rússia e tendo seus passaportes confiscados.
Ontem, o governo russo deu um ultimato à Ucrânia para que entregasse a cidade de Mariupol até 5h da manhã (horário local) desta segunda. No entanto, a vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, declarou que o município portuário não se renderá.
Vereshchuk pediu também a abertura de corredores humanitários e explicou que pelo menos 45 mil pessoas já conseguiram deixar Mariupol sitiada.
Hoje, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a afirmar que seu país "não pode aceitar nenhum ultimato da Rússia".
"Devemos primeiro ser destruídos para cumprir seus ultimatos", disse ele ao site ucraniano Suspilne.
"Moscou queria que a Ucrânia entregasse Kharkiv, Mariupol e Kiev, mas nem a população dessas cidades e nem eu, como presidente, podemos fazer isso", finalizou.
Embaixador EUA - Nesta segunda, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, convocou o embaixador americano John Sullivan e lhe entregou uma nota de protesto contra os comentários "inaceitáveis" do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
O democrata classificou Putin como "criminoso de guerra" e "ditador assassino" em declarações dadas na semana passada.
De acordo com o governo russo, as palavras do presidente americano podem causar uma ruptura nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos.