A editora e jornalista russa Marina Ovsyannikova, que ficou mundialmente famosa após fazer um protesto contra a guerra na Ucrânia durante o jornal noturno do "Canal 1", foi acusada de ser espiã do Reino Unido.
Em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (21), o diretor-geral da emissora russa, Kirill Kleymenov, disse que a editora estaria trabalhando para os serviços de inteligência britânicos e acusou-a de "ter traído o seu país".
"Pouco antes do protesto, segundo nossas informações, Ovsyannikova falou com a embaixada britânica", disse ele, citado também por vários meios de comunicação do Reino Unido.
Segundo Kleymenov, "traição é sempre uma escolha pessoal, mas nós temos que chamar as coisas pelos nomes. Se tivessem chamado a traição de Judas um ato de paixão, a história teria sido diferente".
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O governo britânico, por sua vez, rebateu a acusação e disse que Ovsyannikova "não tem relação" com Londres, e a declaração "é apenas mais uma mentira passada pela máquina de desinformação" do Kremlin, informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do governo de Boris Johnson.
Na semana passada, a jornalista interrompeu a transmissão do jornal russo, um dos mais assistidos do país, carregando um cartaz em que pedia o fim da guerra na Ucrânia e dizia que a mídia e o governo estavam "mentindo" para a população.
Logo depois do protesto, Ovsyannikova foi detida e levada para uma delegacia, onde foi interrogada por mais de 14 horas. Apesar de correr o risco de pegar até 15 anos de prisão por usar o termo "guerra" sobre a invasão na Ucrânia, a justiça aplicou uma multa de 30 mil rublos (cerca de R$1,4 mil) e a libertaram.
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