As autoridades do Irã ordenaram a soltura dos cidadãos anglo-iranianos Nazanin Zaghari-Ratcliffe e Anousheh Ashouri nesta quarta-feira (16) após ser fechado um "acordo econômico" com uma comissão britânica enviada a Teerã.
Os dois haviam sido acusados de espionagem, mas agora estão a caminho do Reino Unido.
Segundo a agência de notícias estatal Irna, o montante acordado foi de US$ 530 milhões, em valor que estaria ligado a falta de entrega de tanques britânicos comprados pelo governo do país no fim dos anos 1970.
Zaghari-Ratcliffe é jornalista e foi presa em 2016 quando deixou o Reino Unido, onde morava com seu marido, para visitar os pais no Irã. Na viagem, ela estava com a sua filha recém-nascida Gabriella, que acabou ficando na casa dos avós por um tempo antes de voltar a morar com seu pai. Ela sempre negou as acusações da justiça, mas foi mantida presa até março do ano passado.
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Apesar de ter sido libertada, Zaghari-Ratcliffe continuou no país porque estava proibida de sair por outra acusação de ter participado de uma manifestação contra o governo em 2009.
Já Ashouri é um empresário foi preso sob a mesma acusação de espionagem em 2017, algo que sempre foi negado por ele. O anglo-iraniano tinha ido ao país para visitar a sua mãe, mas acabou condenado a 12 anos de detenção, sendo 10 por "espionar para a Mossad para Israel" e dois por "enriquecer de maneira ilícita".
Nos últimos meses, o caso foi acompanhado diretamente pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e pela ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss.
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