O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu, nesta sexta-feira (11), a pedido da Rússia para discutir alegações de Moscou de que os Estados Unidos estariam fazendo uso de armas biológicas na Ucrânia.
Segundo Izumi Nakamitsu, alta representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, as Nações Unidas não estão cientes de nenhum "programa de armas biológicas" na Ucrânia, que ratificou um tratado internacional que proibia essas armas, assim como a Rússia.
Durante a reunião, ela alertou, no entanto, que a possibilidade de um acidente nas usinas nucleares está "crescendo a cada dia", além de reforçar que situações como a guerra exigem o fortalecimento da proibição internacional sobre armas biológicas.
Já a representante dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, expressou preocupações de que a Rússia possa estar disseminando essa acusação sem provas para poder lançar os seus próprios ataques com armas biológicas ou químicas.
O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, por sua vez, disse que as forças de Moscou encontraram evidências da presença de armas químicas na Ucrânia e estudos realizados foram encaminhados a instituições americanas e ao exército do país.
Segundo o diplomata russo, documentos que provariam estas acusações foram divulgados no site do Ministério da Defesa russo. Ele explicou que "experiências biológicas muito perigosas" estão sendo conduzidas nos laboratórios em coordenação com os EUA.
Nebenzya, no entanto, não forneceu nenhuma evidência para fundamentar suas alegações. Além disso, aproveitou para mostrar supostas fotos do hospital infantil em Mariupol intacto. "Não foi destruído", disse ele, apontando para as imagens. "Parece destruído? Parece um prédio atingido por bombas?.
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Por fim, o embaixador brasileiro nas Nações Unidas, João Genésio de Almeida Filho, defendeu que as denúncias russas devem ser verificadas de maneira independente. "O Brasil acredita que quaisquer acusações quanto às proibições estabelecidas em na Convenção de Armas Biológicas de 1972 são extremamente sérias e devem ser embasadas com evidências sólidas", afirmou.
"O Brasil condena firmemente o uso e a ameaça de uso de armas de destruição em massa, incluindo biológicas e químicas, por quem quer que seja em qualquer situação", enfatizou o diplomata brasileiro.
OMS
Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu também que a Ucrânia se livre de possíveis "patógenos muito perigosos" em seus laboratórios para evitar qualquer risco de contágio entre a população, devido à guerra.
"Os laboratórios devem sempre levar em consideração a situação em que se encontram e garantir que, em caso de ameaça, haja uma maneira de eliminar com segurança os patógenos normalmente presentes em todos os países para estudos de saúde pública e, assim, evitar um vazamento acidental", alertou Tarik Jasarevic, porta-voz da instituição internacional.
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