Nesta quarta-feira (9), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o país também está lutando pelos outros países europeus no conflito com a Rússia, que já entra no 14º dia.
"O que está acontecendo conosco agora também pode acontecer com vocês. E isso é muito importante para mim: nós morremos por vocês também", afirmou Zelensky, ao falar sobre países que não apoiam a Ucrânia na União Europeia, durante entrevista ao jornal alemão Bild
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Quatro dias após o início da guerra com a Rússia, Zelensky assinou um pedido para que a Ucrânia passasse a integrar a UE "urgentemente". No dia seguinte, o Parlamento Europeu recomendou que a Ucrânia ganhasse o status de membro da União Europeia por 637 votos favoráveis, 13 votos contrários e 26 abstenções.
"Os governos que não apoiam nossa adesão à UE apontam para reformas que ainda precisam acontecer. Eles não nos veem como iguais. Ainda tenho muitas perguntas sem resposta", disse Zelensky.
Na entrevista, o presidente ucraniano afirmou estar disposto a fazer concessões para acabar com o conflito, mas não especificou quais. "A questão aqui não é o que eu posso dar. Em todas as negociações, meu objetivo é acabar com a guerra com a Rússia. E também estou pronto para dar alguns passos", disse ele.
Após a terceira rodada de negociações entre os países, o presidente russo Vladimir Putin anunciou três condições para parar guerra : desmilitarização e desistência de Kiev de entrar na Otan é inegociável, assim como reconhecimento de que a Crimeia é território russo.
Segundo Zelensky, os compromissos adotados para por fim à guerra não devem ser "uma traição" à Ucrânia.
"E o outro lado também deve estar disposto a fazer concessões — é por isso que elas são chamadas de concessões. Esta é a única forma de sairmos desta situação. Ainda não podemos falar sobre os detalhes. Ainda não tivemos contato direto entre os presidentes. Somente após as conversas diretas entre os dois presidentes podemos acabar com essa guerra", afirmou.
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Nessa terça (8), o Exército russo anunciou uma nova trégua na guerra contra a Ucrânia nesta quarta para possibilitar a retirada de civis do país em segurança.
Além disso, Zelensky acusou a Rússia de realizar um ataque aéreo que danificou um hospital infantil na cidade de Mariupol, no sul do país,
também nesta quarta. De acordo com ele, crianças estavam entre as pessoas "sob os destroços".
A Rússia, no entanto, negou alvejar civis em seu ataque à Ucrânia.
"Se um foguete atingir um hospital infantil na Alemanha, o que acontecerá? Imagine-nos na sua situação — discutiríamos e negociaríamos. Como pode ser uma coisa dessas? Estes são animais que causam algo assim. O que está acontecendo na cabeça deles?", disse Zelensky.