O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (8) que "moderou" sua posição em relação à entrada do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) . Esse desejo de fazer parte da aliança militar do Ocidente foi o argumento usado pela Rússia para iniciar a guerra contra o país.
"Em relação à Otan, moderei a minha posição sobre essa questão há algum tempo, quando entendemos [que a aliança] não está pronta para aceitar a Ucrânia", disse o ucraniano, em entrevista à emissora americana ABC, conforme reproduzido pelo jornal O Globo.
"A aliança tem medo de qualquer controvérsia e de um confronto com a Rússia", acrescentou.
O acordo da Otan considera que um ataque contra um de seus países-membros é um atentado a toda a entidade, mas como a Ucrânia não faz parte do grupo, os países que integram a organização não entraram na guerra. Eles têm apoiado o governo ucraniano com o envio de armamentos e a aplicação de sanções à Rússia.
Com isso, Zelensky ressaltou que não quer ser presidente de um "país que implora de joelhos" para ingressar na Otan.
Ao longo da entrevista, ele também se declarou disposto a chegar a um "compromisso" sobre o status dos territórios separatistas já reconhecidos pelo governo russo. Trata-se de Donetsk e Luhanks
, situadas na região de Donbass.
Mais cedo, em vídeo publicado nas redes sociais, Zelensky falou também sobre fim das agressões entre seu país e a Rússia, além de pedir uma “negociação honesta” com o rival.
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"Precisamos terminar essa guerra logo. Precisamos sentar à mesa de negociação, negociação honesta e não de ambições antiquadas", afirmou.
O presidente ucraniano disse que ao menos 52 crianças já foram mortas durante o combate, já são 13 dias de conflito. Ele garantiu que o país não irá esquecer as mortes ucranianas.
Mesmo com o corredor humanitário que aconteceu nesta terça-feira
, o presidente alegou que ainda há pessoas cercadas e chamou o bloqueio russo para medicamentos e alimentos de "torturas sistêmicas".
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Zelensky também agradeceu aos Estados Unidos que proibiu a importação de petróleo russo e disse que o movimento do país é "um sinal mais forte para todo o mundo" de que "não se trata apenas de dinheiro, mas também de liberdade e futuro".
"O mundo não acredita no futuro da Rússia. Não se fala sobre isso. Eles falam sobre nós, nos ajudam, se preparam para apoiar nossa reconstrução depois da guerra. Porque todos viram que para as pessoas que se defendem tão heroicamente, esse 'depois da guerra' certamente virá", disse.
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