O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , divulgou nesta terça-feira (8) um novo vídeo em que acusa o Ocidente de não cumprir suas promessas ao país.
A declaração chega em meio ao avanço da ofensiva da Rússia e à recusa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em estabelecer uma zona de exclusão aérea para impedir bombardeios na Ucrânia .
"Já faz 13 dias que temos ouvido promessas, 13 dias em que nos dizem que vamos ser ajudados no ar, que vai haver aviões, que eles serão entregues para nós", diz Zelensky no vídeo.
"A responsabilidade por isso é daqueles no Ocidente que não foram capazes de tomar decisões por 13 dias, daqueles que não protegeram os céus da Ucrânia contra os russos assassinos", acrescenta.
Estados-membros da Otan avaliam que operar no espaço aéreo ucraniano arrastaria a aliança para uma guerra direta contra a Rússia. "Se mandássemos caças para defender [a Ucrânia] contra os aviões russos, no primeiro avião abatido nós teríamos de reagir, e seria a terceira guerra mundial", disse na última segunda-feira (7) o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.
Zelensky, por sua vez, afirmou em entrevista ao canal americano ABC que, independentemente do envolvimento do Ocidente, "essa guerra não vai terminar assim". "Isso vai desencadear uma guerra global", acrescentou.
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Apelo
O ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich, derrubado em fevereiro de 2014 por causa da violenta repressão a manifestantes pró-Europa, enviou uma carta a Zelensky pedindo o "fim do derramamento de sangue".
"Quero fazer um pedido, de modo presidencial e até um pouco paternal: Volodymyr, talvez você sonhe em se tornar um verdadeiro herói, mas o heroísmo não é ostentação, não é combater até o último ucraniano", disse Yanukovich, que fugiu para a Rússia após sua deposição.
A revolta da Praça Maidan nasceu após o então presidente ter engavetado um acordo comercial com a União Europeia para não prejudicar as relações da Ucrânia com a Rússia.
Após o impeachment de Yanukovich, Moscou anexou a península da Crimeia e apoiou rebeldes separatistas em Donetsk e Lugansk, regiões de maioria étnica russa.