Alemanha, França e Holanda já haviam tomado decisão de enviar armas para Ucrânia se defender da Rússia
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Alemanha, França e Holanda já haviam tomado decisão de enviar armas para Ucrânia se defender da Rússia

A Alemanha vai aumentar o número de armas enviadas à Ucrânia, para ajudar nos reforços das forças locais no enfrentamento das tropas russas, que invadiram o país na quinta-feira passada (24).

Segundo informações da agência AFP, fontes de dentro do governo alemão afirmaram que serão mandados 2,7 mil mísseis antiaéreos do tipo “Strela”, um modelo portátil fabricado pela União Soviética e adquirido pelas forças da antiga Alemanha Oriental. Apesar dos detalhes sobre o tipo de equipamento terem sido expostos agora, o envio havia sido confirmado pouco antes pelo chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba.

A decisão de reforçar o arsenal de defesa dos soldados ucranianos confirma uma mudança de posição do governo alemão, já que o país seguia uma doutrina que vetava o envio de armas para países em conflito. A recusa inicial em enviar equipamentos defensivos chegou a receber críticas de lideranças em Kiev, como o prefeito da capital, Vitali Klitschko.

Entretanto, tal postura foi abandonada no último fim de semana: desde então, Berlim, a capital alemã, já autorizou a entrega de 1,4 mil lançadores de granadas antitanque, nove peças de artilharia e 500 mísseis antiaéreos do modelo Stinger, os mesmos usados pelos mujahedins contra os soviéticos na Guerra do Afeganistão (1979-1989). Ainda foram enviados para o front mais de 20 mil capacetes para uso em combate.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse ao justificar o envio do arsenal de defesa que a invasão russa obriga a Alemanha a repensar suas prioridades.

"Nenhuma outra resposta à agressão de Putin era possível" , disse Scholz, no domingo (27). Ele ainda confirmou que a Alemanha vai elevar seus gastos militares nos próximos anos, a começar pela modernização das forças armadas locais.

De maneira direta, a decisão alemã também teve influência no anúncio da União Europeia sobre o envio de 450 milhões de euros para a compra de armamentos como mísseis antitanque para a Ucrânia, além de 50 milhões de euros em itens não letais.

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Ao anunciar o investimento, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que essa era uma medida inédita para o bloco, e que era uma representação do compromisso do continente com a ajuda contra a invasão russa. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ainda pediu aos países do bloco que enviem aviões de combate aos ucranianos, algo que ainda não foi feito por ninguém.

A Bélgica anunciou o envio de três mil rifles e 200 armas antitanque. A Holanda, por sua vez, mandou 200 sistemas Stinger, rifles de precisão e capacetes. A República Tcheca destinou morteiros, pistolas, rifles de assalto, metralhadoras, rifles de precisão e uma carga adicional de munições.

Outros países do continente europeu que não constituem a Otan também participam da iniciativa. A Suécia, por exemplo, enviou 5 mil sistemas antitanque, capacetes, coletes à prova de bala e US$ 52 milhões em doações diretas. A Finlândia, que é considerada uma nação neutra,mandou rifles, armas antitanque e munição aos ucranianos.

O material enviado pelos países europeus se junta a armamentos enviados pelos EUA nas semanas que antecederam o conflito. O país americano, que é sócio majoritário na Otan aprovou na semana passada um pacote de US$ 350 milhões a serem usados em itens como sistemas Stinger e lançadores portáteis de mísseis Javelin.

Com o tráfego aéreo da Ucrânia fechado, as armas são enviadas por via terrestre, em especial através da fronteira com a Polônia e a Romênia, enfrentando as dificuldades logísticas em uma nação sob ataque — e isso inclui linhas férreas danificadas e até a falta de caminhões para levar os equipamentos.

Todos os itens são deixados em um ponto da divisa com a Ucrânia, e de lá seguem em veículos dirigidos por ucranianos. Oficialmente, não há militares da Otan no país.

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