Os jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, receberam formalmente o Nobel da Paz de 2021 em cerimônia realizada em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira (10) e fizeram críticas a governos autoritários e às empresas que gerem as redes sociais.
Ressa afirmou que as chamadas "big techs" norte-americanas permitiram "que o vírus da mentira infectasse cada um de nós, fazendo com que enfrentemos uns aos outros, expondo nossos medos, raivas e ódio" e que isso permitiu que "o território para líderes autoritários e ditadores" fosse preparado.
"Agora, o que mais precisamos é transformar esse ódio, essa violência, essa lama tóxica que percorre o sistema de informação. As empresas norte-americanas lucram mais à medida que o ódio se espalha", acrescentou a filipina.
Já Muratov lamentou o momento "tenso" que o jornalismo vive no mundo por conta de inúmeros governos autoritários e pediu um minuto de silêncio "pelos meus colegas e os colegas da Maria que deram a vida por essa profissão".
"Também vamos dar nosso apoio a todos os que sofrem perseguições por seu trabalho. O meu desejo é que os jornalistas morram de velhice", acrescentou.
Tanto Ressa como Muratov foram escolhidos porque enfrentam em seus países governos autoritários e que cerceiam constantemente as vozes da oposição ou da imprensa livre. Segundo a comissão do Nobel da Paz, ambos foram premiados "por seus esforços em proteger a liberdade de expressão".