O primeiro-ministro do Sudão, Abdalla Hamdok, será restituído ao cargo após firmar um acordo com o presidente do Conselho Soberano, general Abdel Fattha Al-Burhan. Hamdok, que estava em prisão domiciliar , já foi libertado.
Isso foi decidido em reunião ocorrida entre os dois na madrugada deste domingo (21). A negociação também prevê a libertação de presos políticos, segundo mediadores.
Hamdok havia sido deposto por meio de um golpe militar no dia 25 de outubro
. Na sequência, um grupo de pessoas foi detido por razões políticas.
Agora, de acordo com a CNN, Mudawi Ibrahim, autoridade proeminente da Iniciativa das Forças Nacionais, vai atuar como primeiro-ministro do governo de transição. Ele ajudou a mediar as negociações.
A publicação aponta ainda que coube a Ibrahim o pronunciamento sobre o acordo. Segundo ele, os termos preveem a restauração do Conselho de Ministros, dissolvido no golpe; a criação de um exército unificado; a formação de um comitê para investigar os protestos após o golpe; e a proposição de uma emenda à Constituição do país para incluir novos artigos relacionados à parceria entre civis e militares no governo de transição.
Resistência ao acordo
O acordo é questionado pela coalizão Forças de Liberdade e Mudança do Sudão (FCC). O grupo afirma que não há “nenhuma negociação, nenhuma parceria, nem legitimidade para os conspiradores do golpe”, além de defender que os crimes do regime sejam levados a julgamento.
Da mesma forma, o Sindicato dos Médicos Legítimas do Sudão também refutou o acordo. "Sem reconciliação, sem parceria. O sangue dos mártires
ainda irriga as ruas e não secou", frisou a entidade. Eles são a favor de uma revolução.