Após golpe militar, premiê do Sudão é autorizado a voltar para casa
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Após golpe militar, premiê do Sudão é autorizado a voltar para casa

Após ter sido preso por militares durante um  golpe de Estado na última segunda-feira (25), o premiê do Sudão, Abdalla Hamdok, foi autorizado a retornar para sua residência "sob forte vigilância" na noite desta terça-feira (26).

A informação foi confirmada pelo Gabinete do primeiro-ministro e acrescentou que a esposa do político, Muna Abdalla, também foi libertada.

"Diversos ministros e líderes políticos estão ainda detidos em localidades desconhecidas", acrescenta a nota sem dar muitos detalhes da soltura.

Hamdok e vários ministros civis foram presos por militares leais ao general Abdel Fattah al-Burhan na segunda-feira, em ação que causou uma série de protestos no país.

Desde agosto de 2019, o Sudão vivia sob um governo transitório entre civis e militares em vista de uma normalização democrática.

O acordo foi atingido após o autocrata Omar al-Bashir ter sido deposto em abril daquele ano. No entanto, nas últimas semanas, houve uma grande divisão no bloco civil do governo e os temores de golpe aumentavam, sendo consolidado por Al-Burhan no dia 25.

O general era parte desse acordo, sendo o responsável pelo Conselho Supremo do país. Assim que tomou o poder, ele ordenou a prisão de diversos ministros e dissolveu todas as instituições que estavam sendo recriadas para ter um governo "de pessoas competentes".

Telefonema com Blinken 

Também na noite desta terça-feira, Hamdok conversou por telefone com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

O representante de Washington se disse feliz pela libertação do premiê e exortou os militares a libertar todos os políticos civis presos e "garantir a sua segurança".

Segundo a nota oficial de Washington, Blinken ainda expressou "profunda preocupação" sobre o golpe militar e a violência contra manifestantes "O secretário enfatizou o apoio dos EUA para a transição do governo civil temporário para a democracia e para o retorno aos princípios do acordo de transição do Sudão, conforme firmado em 2019 na Declaração Constitucional e pelo Acordo de Paz de 2020", diz ainda a nota.

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