O líder do partido de extrema direita Liga, Matteo Salvini, anunciou neste sábado (30) que irá se reunir com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, na próxima terça-feira (2), em Pistoia.
Na cidade italiana, o mandatário irá participar de uma cerimônia de homenagens aos soldados mortos na luta contra o nazifascismo durante a Segunda Guerra Mundial.
"Estou feliz e orgulhoso de fazer uma homenagem aos mortos brasileiros na Segunda Guerra Mundial, terça-feira, ao lado do presidente Bolsonaro. Eles deram uma contribuição importante à libertação da ocupação nazifascista. Para mim, será a ocasião de reforçar a profunda amizade que liga Itália e Brasil", disse o ultranacionalista.
Salvini ainda afirmou que quer "renovar o agradecimento também pelo empenho e a seriedade que fizeram com que voltasse para a Itália o terrorista comunista Cesare Battisti em 2019".
A visita de Bolsonaro a Pistoia, porém, deve ser marcada também por protestos, anunciados tanto por partidos de oposição como por organizações civis. Na sexta-feira (29), um grupo inclusive divulgou uma carta em que diz que o mandatário "não é bem-vindo" e lembrando as 600 mil vítimas da pandemia de Covid-19, "provocadas inclusive por sua política sanitária discriminatória".
Já Salvini tenta também usar de Bolsonaro para recuperar seu papel de liderança única da extrema-direita italiana que, cada vez mais, vai para sua "aliada e rival" Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália (FdI).
Monumento de Pistoia
A cidade de Pistoia tem uma forte ligação com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e abriga um cemitério militar e a tumba do soldado desconhecido como forma de homenagear os brasileiros mortos na Guerra.
Neste ano, também foi inaugurado um monumento para lembrar as enfermeiras e as equipes médicas da instituição que atuaram no hospital de campanha construído na cidade.
A FEB chegou à Itália em setembro de 1944, em um dos momentos mais críticos da Segunda Guerra Mundial.