Criticado por participar de festa de aniversário na residência oficial da presidência durante a pandemia , o presidente da Argentina, Alberto Fernández, admitiu o erro neste sábado (14). Segundo ele, o descuido "não vai voltar a acontecer".
"Fabiola [Yañez, primeira-dama] convocou uma reunião para um brinde com os amigos que não deveria ter feito. Definitivamente, percebo que não deveria ter feito", disse Fernández.
A festa desrespeita um decreto assinado pelo próprio presidente, que proíbe reuniões e a circulação de pessoas durante o momento da crise sanitária. Segundo Fernández, o evento foi marcado por sua esposa.
Parlamentares da oposição pedem o impeachment de Fernández. O deputado Mario Negri, líder da oposição na Câmara e um dos autores de um pedido de impeachment, criticou o presidente que, segundo ele, teria "culpado" a esposa: "Não é de um cavalheiro culpar a sua esposa. Não foi um descuido", afirmou.
"O presidente não explicou por que mentiu aos argentinos ao negar as reuniões sociais e entrou mais no seu próprio labirinto", disse Negri.
"Enquanto os argentinos estavam em isolamento obrigatório, o presidente participava de festas, violando os decretos que ele mesmo definia", disse Bullrich. "É uma questão penal, mas também moral. Como continua um governo sem autoridade moral?", disse Patricia Bullrich, uma das lideranças da oposição.
Nesta sexta-feira (13), foi feito um pedido de destituição de Fernandes. Ele é acusado de mal desempenho e de eventuais delitos durante o exercício das suas funções.
"Propomos o processo institucional de julgamento político contra o presidente Alberto Fernández por mal desempenho na gestão da pandemia e pelo delito de violação das medidas adotadas pelas autoridades competentes para impedir a propagação de uma epidemia", diz o texto.
O documento também fala em resistência à compra de vacinas de laboratórios norte-americanos, e "Vacinação VIP" que privilegiou a imunização de políticos e amigos de membros do governo federal.