Ao menos 184 pessoas foram presas e dez policiais ficaram feridos na terceira noite de protestos contra o toque de recolher na Holanda . A medida, que entrou em vigor no último sábado e endurece ainda mais a já rígida quarentena no país, visa conter o avanço do coronavírus e obriga a população a ficar em casa das 21h às 4h30 (horário local).
Em algumas cidades, os manifestantes — que eram principalmente adolescentes e jovens de 20 e poucos anos — atearam fogo a objetos na rua, atiraram pedras contra as autoridades e saquearam lojas.
Em resposta aos protestos, o governo holandês afirmou que não vai ceder à "escória" que instiga os atos violentos nem tampouco irá suspender o toque de recolher.
"Não cederemos às pessoas que quebram as vitrines das lojas", disse o ministro das Finanças, Wopke Hoekstra, segundo a agência de notícias ANP. Ele afirmou ainda que os organizadores dos protestos violentos não são manifestantes legítimos: "quem faz isso é uma escória".
Há décadas o país não enfrentava manifestações desse tipo. Cenas de violência foram registradas em cidades como Haia, Amsterdã e Rotterdam na noite de segunda-feira e na madrugada desta terça. Nesta última, vídeos de saques circularam nas redes sociais, e o prefeito Ahmed Aboutaleb chamou os agressores de "ladrões sem vergonha".
O toque de recolher foi decretado após casos de infecção da variante britânica da Covid-19 terem se espalhado rapidamente pelo país. É a primeira vez que uma medida desse calibre é adotada desde a Segunda Guerra Mundial . Apesar de a maior parte da população respeitar a restrição, protestos contra o toque de recolher eclodiram no fim de semana, resultando em cerca de 250 detidos.
Ao todo, a Holanda já registrou mais de 13 mil mortes pelo coronavírus e 966 mil casos.