Deputados encaminham processo de impeachment contra Donald Trump ao Senado norte-americano
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Deputados encaminham processo de impeachment contra Donald Trump ao Senado norte-americano

O Senado dos Estados Unidos recebeu, nesta segunda-feira (25), as acusações para o impeachment do ex-presidente Donald Trump feitas pela Câmara. O julgamento na Casa, no entanto, só começará na semana do dia 8 de fevereiro, seguindo um acordo entre os líderes de ambos os partidos para que o presidente Joe Biden  tenha tempo para instalar seu Gabinete e começar a encaminhar sua agenda legislativa.

Biden , no entanto, reconheceu impeachment poderá afetar suas votações na Casa e afirmou que, embora ache que o processo deva acontecer, acredita que não haverá votos suficientes para condenar o seu antecessor. O presidente declarou, em entrevista à CNN, que acredita que o resultado do impedimento seria diferente caso ele acontecesse há seis meses, mas que ainda não houve "mudanças suficientes" para mudá-lo: "o Senado mudou desde que eu estava lá, mas não mudou muito".

Antes de julgar o impeachment, os democratas pretendem aprovar um pacote de alívio para atenuar as crises na economia e na saúde causadas pela pandemia de coronavírus. Biden propôs um pacote econômico de US$ 1,9 trilhão (RS 9,87 trilhões). Porém, com alguns republicanos já rejeitando a ideia de aprovar um projeto em um valor tão alto, o líder da maioria na Casa, o democrata Chuck Schumer, alertou que poderá levar quatro a seis semanas para que se chegue a um acordo abrangente sobre esse tema.

O processo de impeachment foi aberto pela Câmara no dia 13 deste mês, sob as acusações de que Trump incitou uma insurreição ao insuflar seus seguidores a invadirem o Capitólio, no último dia 6, para impedir a homologação da vitória de Biden pelo Congresso. A invasão deixou cinco mortos.

Trump será o primeiro presidente da História americana a passar por um julgamento de impeachment após deixar a Casa Branca . Uma possível condenação seria majoritariamente simbólica, já que ele não pode ser afastado de um cargo que não é mais seu, mas abriria caminho para a cassação de seus direitos políticos, pondo um freio em suas ambições de retornar ao poder. O republicano também perderia os benefícios concedidos a ex-presidentes, como pensão, orçamento de viagens e financiamento para sua equipe.

Republicanos divididos

Para que Trump seja condenado , uma maioria qualificada, isto é, 67 senadores, devem votar a favor de seu impeachment. Com cada partido ocupando 50 cadeiras na Casa, os democratas vão precisar trazer para seu lado ao menos 17 republicanos. Embora seja um cenário difícil de acontecer, o líder da minoria na Casa, o republicano Mitch McConnel, reconhece que não é algo impossível. 

Desde a invasão do Congresso , os rachas dentro do Partido Republicano se tornaram evidentes, com McConnel e outros parlamentares da legenda condenando a violência incitada por Trump. Maior crítico do ex-presidente dentro do próprio partido, o senador Mitt Romney declarou que o impeachment é uma resposta aos apelos inflamados de Trump a seus partidários para "lutar" contra sua derrota eleitoral antes ataque. Já na Câmara, dez republicanos se juntaram aos democratas para aprovar a abertura do impeachment.

"O artigo (acusação) de impeachment enviado pela Câmara sugere conduta impugnável", disse Romney à Fox News no domingo. "Está muito claro que no último ano, houve um esforço para corromper a eleição dos Estados Unidos e não foi pelo presidente Biden, foi pelo presidente Trump ".

Por outro lado, um número significativo de parlamentares republicanos, preocupados com a base de eleitores devota a Trump, se opõe fortemente ao impeachment

"Acho que o julgamento é estúpido", disse o senador republicano Marco Rubio, também à Fox News. "Eu acho que é contraproducente. Já temos uma fogueira neste país e é como pegar um monte de gasolina e jogá-la sobre o fogo", afirmou, declarando que votará para encerrar o processo na primeira oportunidade. 

O senador Tom Cotton, outro republicano , disse que o Senado estava agindo além de sua autoridade constitucional ao realizar um julgamento : "acho que muitos americanos vão achar estranho que o Senado esteja gastando seu tempo tentando condenar e destituir um homem que deixou o cargo há uma semana".

Presidente do julgamento

O julgamento de Trump será presidido pelo membro mais antigo do Senado, o democrata Patrick Leahy, de 80 anos e senador desde 1975. Embora a Constituição americana exija que o julgamento de um presidente na Casa seja presidido pelo presidente da Suprema Corte — assim como aconteceu no primeiro impeachment de Trump, em que ele acabou absolvido pela então maioria republicana —, a função pode ser assumida por um senador pelo fato de ele já ter deixado o cargo.

"Quando presidir o julgamento de impeachment do ex-presidente Donald Trump, não vou vacilar em minhas obrigações constitucionais de administrar o julgamento com justiça, de acordo com a Constituição e as leis", disse em comunicado Leahy, que também terá direito ao voto no julgamento.

Leahy é o presidente pro tempore do Senado , o que significa que ele tem poderes para presidir as sessões do Senado na ausência da vice-presidente Kamala Harris . Essa função geralmente é alternada, no entanto, entre os senadores do partido que tem a maioria.

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