A noite desta quinta-feira (06) foi marcada por uma série de protestos de moradores de Beirute contra o governo da cidade e do Líbano por conta das explosões registradas na área portuária da cidade no dia 4 de agosto . Na manhã desta sexta (7), o país atualizou o número de mortos para 157. Não há informações sobre quantidade de desaparecidos.
No meio da escuridão - a capital libanesa sofre com constantes quedas no fornecimento de energia - dezenas de pessoas se manifestaram pedindo explicações sobre o incidente e culpando as autoridades por permitirem o armazenamento das 2.700 toneladas de nitrato de amônio sem medidas de segurança.
Em alguns momentos, militares repreenderam os manifestantes com bombas de gás para dispersar o protesto e algumas pessoas ficaram feridas. Em imagens nas redes sociais, é possível ver pequenos focos de fogo em meio às ruas destruídas.
Apesar das investigações estarem em andamento, não há dúvidas de que a manutenção de uma quantidade enorme do produto químico em uma área sem proteção foi o que deu a dimensão da tragédia.
O produto estava armazenado no porto há seis anos após uma apreensão dos agentes alfandegários e, segundo documentos divulgados pela "Al Jazeera", houve o envio de ao menos cinco cartas à Justiça questionando o que fazer com o material. O nitrato de amônio é muito utilizado na produção de fertilizantes agrícolas, mas também pode ser usado na fabricação de bombas caseiras. Há investigações em curso sobre a questão também.
O governo já determinou a prisão domiciliar de diversos funcionários e autoridades que atuavam no porto de Beirute como forma de dar alguma resposta à população. Em nota oficial da Procuradoria Militar do Líbano, os detidos são 16 pessoas entre dirigentes do conselho de administração, agentes alfandegários e operários que atuavam na manutenção e armazenamento do local.
Outras duas pessoas foram ouvidas, mas não tiveram sua prisão determinada. Entre os detidos, de acordo com a emissora norte-americana "ABC", estaria o diretor do porto, Hassan Koraytem.