Na madrugada deste domingo (31), os EUA viveram novos momentos de tensão devido ao grande número de protestos que irromperam em todo o país após a morte de George Floyd, homem negro que foi morto por um policial branco no último dia 25. Além das manifestações, as autoridades registraram novas mortes, confrontos com a polícia e um rastro de caos e destruição.Leia também: EUA têm quarto dia de protestos após morte de homem negro sufocado por policialNa cidade de Nova York, as manifestações começaram de forma pacífica durante o dia, mas escalaram rapidamente após um vídeo de uma viatura da polícia avançando sobre a multidão ser revelado. Em declaração, o prefeito Bill de Blasio disse que o incidente será investigado, mas que é provável que os agentes 'não tenham tido outra escolha'. Ao todo, 120 pessoas foram presas durante as últimas manifestações em Nova York e, segundo um porta-voz da polícia, muitas outras devem seguir o mesmo caminho nas próximas horas. A mesma situação ocorreu em Dallas, onde ao menos 74 prisões foram registradas, e em Atlanta, que somou 51 apreensões pela polícia nas últimas horas.Na cidade de Indianapolis, três pessoas foram atingidas por tiros durante os eventos desta noite e uma delas acabou morrendo. Segundo informações da chefe de Polícia da cidade, Randal Taylor, o caso está sendo investigado e a população deve permanecer longe do local.Em Seattle, no estado de Washington, ao menos 27 pessoas foram presas na noite deste sábado, segundo informou o Departamento de Polícia da cidada à CNN. Entre os delitos cometidos, estavam incêndio criminoso, depredação de propriedades e saques.Leia também: George Floyd: após repercussão do caso nos EUA, esposa de policial pede divórcio'A nossa prioridade é proteger as pessoas e acabar com essa onda de destruição. Até este momento, fomos informados que diversos cidadãos e alguns policiais já se feriram', afirmou uma porta-voz da corporação, ressaltando que todos têm o direito de estarem irritados e frustrados com a situação, mas que isso deveria ser feito de maneira pacífica.Já em Jacksonville, no estado da Flórida, um policial foi atingido no pescoço por uma faca e encaminhado para um hospital da região. De acordo com o xerife Mike Williams, os agentes foram atacados pelos manifestantes com pedras e outros objetos. Muitos acabaram sendo presos, mas não há uma confirmação oficial do total.Em coletiva de imprensa, o prefeito Lenny Curry disse que o protesto começou com cerca de 1.200 pessoas de maneira pacífica, com pessoas de diversas idades, mas ao longo do dia acabou se transformando: 'nós não vamos tolerar que nossa cidade seja queimada e destruída'.Toque de recolher e ajuda da Guarda Nacional Ao menos 25 cidades, como Minneapolis - local onde ocorreu a morte de Floyd-, Nashville e Atlanta, decretaram toque de recolher, que foi ignorado quase que em sua totalidade pelos manifestantes. Além disso, ao menos 13 estados e o Distrito de Columbia solicitaram a ajuda da Guarda Nacional para restaurar a normalidade nas cidades.Em Los Angeles e São Francisco, os governadores pediram que as medidas fossem respeitadas e apelaram para o bom senso da população.Leia também: EUA: protestos após morte de George Floyd deixam dois mortos e diversos feridos'Peço que todos respirem fundo e deem um passo atrás por um momento para que os bombeiros possam acabar com os incêndios e os policiais possam reestabelecer a ordem e a paz', afirmou o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti.'Estes são momentos desafiadores para a nossa cidade e nosso país. Pedimos que vocês sigam nossas indicações e ajudem quem estão tentando garantir que todos estejam em segurança', ressaltou London Breed, prefeito da cidade da Califórnia.Protestos em outros paísesCidades como Londres, Toronto e Berlim também registraram manifestações em apoio aos grupos norte-americanos. Na capital alemã, milhares se reuniram em frenta à embaixada dos EUA carregando cartazes pedindo justiça por Floyd e com frases do movimento Black Lives Matter.Leia também: Policial que asfixiou homem negro é preso nos Estados Unidos O mesmo cenário pôde ser visto na capital britânica e na cidade canadense, com grupos pedindo por justiça e carregando cartazes com homenagens que também lembraram Regis Korchinski-Paquet, outro homem negro que foi morto durante uma abordagem policial.