O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu à comunidade internacional, nesta quinta-feira (23), no museu Yad Vashem, em Jerusalém, que enfrente o Irã para evitar "outro Holocausto ".
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"Peço a todos os governos que se unam aos esforços vitais para enfrentar o Irã", afirmou o premier israelense em seu discurso na abertura das cerimônias pelo 75º aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz.
Netanyahu afirmou que Israel precisa fazer tudo o que estiver ao seu alcance para se defender. Ele ainda parabenizou os Estados Unidos pelas sanções impostas "aos tiranos de Teerã que ameaçam a estabilidade do Oriente Médio e do mundo".
"Não pode acontecer outro Holocausto", acrescentou o político, que acredita que o Irã é uma ameaça principalmente por seu programa nuclear e balístico. Nesta semana, o primeiro-ministro já havia recordado que "um terço dos judeus morreu em chamas - nos campos nazistas - e não pudemos fazer nada a respeito".
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"Depois do Holocausto, o Estado de Israel foi criado, mas as tentativas de destruir o povo judeu não desapareceram. O Irã declara todos os dias que quer apagar Israel da face da Terra", afirmou.
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Em uma transmissão no YouTube, Netanyahu ressaltou que a primeira lição deixada por Auschwitz é "deter o mal desde o início". "O Irã é uma coisa muito ruim que ainda pode crescer com a arma nuclear". Hoje, cerca de 40 líderes mundiais se reuniram em Jerusalém para participar de diversos eventos com foco na luta contra o antissemitismo.
Entre as lideranças internacionais presentes estão os presidentes da Itália, Sergio Mattarella, da Rússia, Vladimir Putin, da França, Emmanuel Macron, o príncipe Charles, do Reino Unido, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, assim como os presidentes da Alemanha e Áustria.
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"Sem os aliados, a quem somos eternamente gratos, não teríamos sobrevivido hoje, mas é preciso lembrar que 80 anos atrás, quando o povo enfrentou a destruição, o mundo nos deu as costas", disse Netanyahu.
O premier israelense ainda enfatizou que está preocupado com o fato de os líderes mundiais não terem desenvolvido uma posição unida contra o Irã, "o regime mais antissemita do planeta". Por sua vez, o vice-presidente americano, Mike Pence, concordou que o governo iraniano é o primeiro "gerador de antissemitismo" e exigiu firmeza para enfrentá-lo.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o Holocausto não pode ser usado para justificar a "divisão" ou "o ódio atual". "Ninguém tem o direito de convocar os seus mortos para justificar qualquer divisão ou ódio atual porque todos os que morreram nos obrigam à verdade, à memória, ao diálogo, à amizade", concluiu.
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Durante encontro com seu homólogo israelense, Reuven Rivlin, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, advertiu sobre a necessidade de se manter atento aos perigos do antissemitismo, da violência e do fascismo. O líder italiano ainda explicou que seu país tem consciência da necessidade de combater constantemente esse tipo de ódio, já que também teve sua "página sombria, particularmente grave" na história.