Twitter não especificou quais violações foram cometidas pelas contas que foram bloqueadas
Divulgação/Governo da Rússia
Twitter não especificou quais violações foram cometidas pelas contas que foram bloqueadas

O Twitter reativou algumas das contas da mídia estatal e de jornalistas e funcionários do governo de Cuba que  havia bloqueado na quarta-feira, embora outras, como a do líder do Partido Comunista Raúl Castro, permaneçam suspensas.

Autoridades cubanas acusaram o Twitter , empresa com sede nos EUA, de censura em massa. Críticos do governo de Havana, no entanto, destacaram a ironia da reclamação, já que vem de um Estado com partido único que pratica a censura.

O Twitter não especificou quais violações as contas cometeram para serem bloqueadas. Um porta-voz da empresa, porém, disse que suas políticas estabelecem que usuários não podem amplificar ou interromper artificialmente conversas usando várias contas.

“O Twitter finalmente nos devolveu nossas contas”, escreveu nesta sexta-feira Mariela Castro, filha de Raúl Castro e diretora do Centro Nacional para Educação Sexual de Cuba, uma das que havia sido bloqueada pela empresa. “Obrigada a todos que manifestaram solidariedade diante desta agressão da mídia contra Cuba”.

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Outras contas, no entanto, não foram reativadas. O site estatal Cubadebate disse que todas as suas contas em vários idiomas, bem como as de seus diretores e jornalistas, continuam bloqueadas.

“É sabido que, em várias ocasiões, o Twitter se colocou a serviço das operações de inteligência e política externa do governo dos EUA”, informou o site em comunicado. “Não nos surpreenderia se este seja o caso nesta ocasião”.

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Em Cuba , o Estado tem o monopólio dos espaços públicos e da mídia tradicional. E embora os principais veículos estatais tenham diferentes perfis nas redes sociais, eles frequentemente publicam artigos similares, se não idênticos. Além disso, muitos jornalistas e autoridades se limitam a republicar comunicados oficiais.

Os adversários do governo cubano também reclamam da existência de diversas contas falsas dedicadas a apoiar o regime cubano e atacar os que são contra. Muitos cubanos no Twitter destacaram que várias destas contas que os vinha perturbando estão agora bloqueadas.

“Quando vamos começar a conversar sobre o uso destas fazendas de robôs, criadas e financiadas pelo governo?”, levantou Elaine Diaz Rodriguez, fundadora do veículo independente cubanos “Periodismo de Barrio”.

Outros, como o cientista político Harold Cardenas Lema, disseram que Twitter também deve perseguir os robôs anti-Castro nos EUA. Segundo ele, a não fazer isso, o Twitter sugere estar atuando com viés político.

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O jornalismo independente é tolerado, mas ilegal, em Cuba, em sites de diversos veículos críticos ao governo têm seu acesso bloqueado na ilha. Além disso, esta semana Cuba foi listada entre os dez países que mais praticam a censura no mundo, de acordo com avaliação do Comitê de Proteção dos Jornalistas, sediado em Nova York.

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