Manifestantes pró-democracia ocuparam as colinas de Hong Kong em mais um movimento dos protestos que já se estendem por três meses. Com lanternas nas mãos, os opositores aproveitaram o tradicional Festival da Lua, comemorado em toda a China, como plano de fundo para formar uma corrente humana, em mais um episódio dos atos antigoverno.
Leia também: Polícia de Hong Kong proíbe protesto marcado para próximo domingo
O protesto pacífico , em um dia no qual as famílias tradicionalmente se reúnem para observar o céu e comer bolinho da lua — prato tradicional do festival — enquanto crianças levantam lanternas coloridas, ocorreu um dia após a chefe do Executivo, Carrie Lam, prometer focar seus esforços em questões habitacionais e trabalhistas para colocar um ponto final na crise.
Conforme a noite caia na sexta-feira, com lanternas e celulares, os manifestantes formaram um cordão nas regiões montanhosas de Victoria Peak e Lion Rock, de frente para a baía da cidade e dando às costas para a China continental. O ato foi majoritariamente pacífico, em contraste com diversos protestos nas últimas semanas em que foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais, com a utilização de gás lacrimogêneo, coquetéis molotov, canhões d'água e cassetetes.
Leia também: Congresso dos EUA dá passo em direção a impeachment de Trump
Novos protestos estão marcados para o final de semana, inclusive uma manifestação nos arredores do consulado britânico para demandar que a China honre os compromissos assumidos em 1997, quando o Reino Unido devolveu o território para Pequim. Desde junho, os atos contínuos levaram uma série de eventos e conferências, inclusive um torneio profissional de tênis, a serem cancelados em Hong Kong . Só em agosto, o número de visitantes da cidade, um importante centro turístico e financeiro global, caiu mais de 40%.