Um grupo de acadêmicos e cientistas russos publicou uma carta aberta acusando o governo russo de liderar uma campanha de repressão contra ativistas que realizam a maior onda de protestos em mais de sete anos no país.
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A carta cita 14 manifestantes que estão sendo processados pelas autoridades, pedindo sua libertação imediata, dizendo que “mentira e a arbitrariedade reinam ao invés das leis” e que em um país assim “não há futuro”. Alguns dos detidos podem ser condenados a até oito anos de prisão.
O texto foi assinado originalmente por 54 pessoas e colocado em um site usado por acadêmicos e cientistas, aberto a novas assinaturas, que já passam de 800. Porém muitos dos novos nomes não trazem detalhes sobre suas instituições ou mesmo se são verdadeiros.
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Ao comentar a carta, o porta-voz do Kremlin, Dimitry Peskov, disse que não tinha lido ainda, mas que “era importante ouvir os acadêmicos”. Também este mês, a Associação Americana de Professores de Línguas Eslavas e do Leste Europeu publicou um longo manifesto contra as detenções de estudantes. Entre os signatários estavam professores de universidades como Columbia e Princeton.
Protestos e repressão
Os protestos da oposição começaram no mês passado, depois que uma série de políticos de oposição tiveram negados seus pedidos de candidatura para as eleições municipais. As autoridades alegam que eles não conseguiram as assinaturas necessárias, mas os políticos garantem ter cumprido todas as exigências.
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Em resposta, a oposição foi às ruas para exigir a realização de eleições livres - e a repressão foi considerada brutal até mesmo por políticos alinhados ao governo. Nos atos dos dias 27 de julho e 3 de agosto, nenhum deles autorizado pela prefeitura de Moscou, cerca de 2.300 pessoas foram detidas, incluindo uma das candidatas de oposição que tiveram o registro negado, Lyubov Sobol. Ela foi presa antes mesmo de chegar ao local da manifestação.
Uma nova manifestação está prevista para o dia 31 de agosto - segundo Lyubov, ela não foi autorizada pelas autoridades porque "iria atrapalhar os pedestres". O presidente Vladimir Putin apoia a exclusão dos candidatos, dizendo que eles falsificaram assinaturas de apoio e defendendo que “quem violou as leis seja punido”.