O governo da Venezuela anunciou a prisão de 13 pessoas, incluindo um general das Forças Armadas , por um plano de “golpe” fracassado. Um dia antes, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, advertiu que seria “implacável” caso a oposição tentasse derrubá-lo.
Em uma declaração na TV estatal, o ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, associou o líder da oposição Juan Guaidó ao caso e listou os detidos, dentre eles o general da Brigada da Aeronáutica Miguel Sisco Mora, que ele qualificou como “comandante de operação”. Na quarta-feira (26), Rodríguez já havia denunciado o suposto complô, que implicaria no assassinato do presidente da Venezuela , Nicolás Maduro , da primeira-dama Cilia Flores e do presidente da Assembleia Constituinte Diosdado Cabello, número dois do chavismo.
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"Qual foi o resultado das ações criminosas desses golpistas? Cadeia", disse Rodríguez, divulgando vídeos e conversas telefônicas sobre a organização do “plano golpista”.
Mora foi preso na sexta-feira à tarde em um estacionamento em Guatire, a cerca de 40 quilômetros a leste da capital Caracas. Parte das detenções ocorreram durante a visita à Venezuela da chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, que pediu a Maduro para libertar prisioneiros detidos por protestos pacíficos .
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Segundo o ministro, mais de dez militares e civis ainda estão sendo procurados. Ele não incluiu Guaidó entre eles, apesar de relacioná-lo ao caso. Ele também acusou os governos de Colômbia, Chile e Estados Unidos de participarem da conspiração.
O procurador-geral Tarek William Saab também anunciou, um dia antes, a abertura de uma investigação por crimes como terrorismo, conspiração, terrorismo e traição à pátria.
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Na lista de investigados estão o ex-chefe da Inteligência Manuel Cristopher Figuera e general aposentado Raul Baduel, ministro da Defesa de Hugo Chávez (1999-2013), detido desde 2017, depois de ter estado na prisão entre 2009 e 2015.
"É um grupo totalmente subversivo, liderado por um eterno fracassado, usurpador do poder de maneira circense, o cidadão Guaidó", disse o procurador-geral à imprensa.
A denúncia surge cerca de dois meses depois de uma fracassada tentativa de golpe militar liderada pelo opositor. Na quarta-feira, em um ato no Palácio Presidencial de Miraflores, transmitido em rede nacional de rádio e TV, Maduro denunciou a tentativa de golpe.
"Seríamos implacáveis em uma contraofensiva revolucionária diante de uma tentativa de golpe fascista. Implacáveis!", afirmou o presidente da Venezuela .