O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou militares a ficaram a postos para defender o país de um ataque dos Estados Unidos durante um discurso realizado enquanto tinha uma reunião com os altos oficiais da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb).

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Em vídeo, Maduro elogiou apoio dos militares venezuelanos
Reprodução/Twitter
Em vídeo, Maduro elogiou apoio dos militares venezuelanos

Neste sábado (4), o líder opositor da Venezuela Juan Guaidó convocou novas mobilizações opositoras, nas quais disse que será entregue “de forma pacífica” uma proclamação nas principais unidades militares exortando a tropa a dar as costas a Maduro.

“Compartilhamos importantes reflexões sobre o cerco imperial de nossa Pátria e expressamos nossa firme determinação de defender a soberania nacional com lealdade e patriotismo”, escreveu Nicolás Maduro no Twitter.

Durante a madrugada, dois militares, incluindo o general Jackson Silva Zapata, diretor da Escola de Treinamento de Tropas Profissionais, e dois policiais foram mortos em uma emboscada em Magdaleno, no estado de Aragua. Eles estavam retornando à base aérea de El Libertador quando foram emboscados às 2h.

Mais cedo, um helicóptero do Exército caiu no município El Hatillo, no estado de Miranda. Desde às 6h, agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), da Polícia Nacional (PNB) e da Proteção Civil do município estão no local fazendo busca.

Prisão por traição

18 civis e militares estariam envolvidos na tentativa do líder opositor Juan Guaidó de derrubar o presidente, segundo procurador-geral
Divulgação/Ministério da Defesa da Venezuela
18 civis e militares estariam envolvidos na tentativa do líder opositor Juan Guaidó de derrubar o presidente, segundo procurador-geral

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, ordenou na noite de sexta-feira (3) a detenção de 18 civis e militares que estariam envolvidos na tentativa de Guaidó de derrubar o presidente na terça-feira passada (30). O procurador-geral garantiu que “serão severamente punidos, porque são traidores da pátria”.

"Pedimos 18 mandados de prisão para civis e militares conspiradores, alguns com patente de tenente-coronel", disse Tarek Saab no canal de televisão estatal VTV. "Obtivemos provas importantes. Eles [presos] vão ser muitos mais, provavelmente porque estão a trair muitos daqueles que foram presos".

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Três dias depois de um frustrado levante militar liderado por Juan Guaidó, com a ajuda de Leopoldo López, Saab chamou López de covarde. López, que deixou a prisão domiciliar com a ajuda do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), órgão ligado ao chavismo, está refugiado desde então na Embaixada da Espanha em Caracas, com a família.

"Este homem tem estado lá por dias, ele não é um convidado, ele é um covarde que se escondeu lá. O senhor Leopoldo López sempre foi um covarde", disse. O procurador acusou ainda Lopez de ter “levado à morte” as mais de 40 pessoas durante protestos de 2014.

O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, embarca neste sábado para a Rússia , onde se encontrará com o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, no domingo. A reunião acontecerá antes de um encontro excepcional entre Lavrov e o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, na Finlândia na semana que vem.

Uma fonte opositora revelou ao GLOBO que a negociação na Finlândia deve incluir a Ucrânia. Assim, a Rússia deve condicionar a saída do conflito na Venezuela ao fim do apoio americano a Kiev.

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Marchas a quartéis

Guaidó ao lado de Leopoldo Lopez, promete continuar protestos contra Maduro na Venezuela
Reprodução/Twitter
Guaidó ao lado de Leopoldo Lopez, promete continuar protestos contra Maduro na Venezuela

Na quinta-feira (2), um tribunal de Caracas ordenou a prisão de López por violar uma medida cautelar que o impedia de fazer declarações políticas. O tribunal também ordenou que o opositor continue a cumprir a sua sentença na prisão militar de Ramo Verde, onde permaneceu até meados de 2017.

Convocados por Guaidó, opositores voltarão a marchar neste sábado (4) em direção aos principais quartéis venezuelanos para exigir que as Forças Armadas deixem de apoiar Maduro, após a fracassada rebelião de terça-feira.

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Os manifestantes tentarão fazer uma proclamação pedindo aos militares que apóiem um governo de transição liderado por Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.

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